Esta semana recebi a notícia pela qual tanto esperava: vou mudar de emprego. Eu não procurava emprego - a minha ambição não me leva ainda a tanta mudança. Mas recebi um dia uma chamada para uma conversa sobre um emprego que talvez me interessasse e fui. Depois fui convidada para uma entrevista e também fui. E no fim parece que correu tudo muito bem e o emprego é meu.
Enviei muitos currículos em Abril, assim que nos instalámos. Enviava uns dez por dia, talvez. Recebi bastantes respostas, maioritariamente explicando que o meu perfil não se adequava ao que procuravam mas agradecendo a candidatura. Fiquei pelo menos com a sensação de que aqui se tratam os candidatos com um pouquinho mais de dignidade e anunciam-se também os Não em vez de deixar os deixar no limbo de não saber o que esperar. Claro que muitas empresas nem se dignaram a responder: pelos vistos, um e-mail pré-formatado, automático, com duas ou três linhas ainda tem muito que se lhe diga.
Deixo o meu emprego presente num misto de alívio e satisfação. Já aqui tinha escrito como me sentia perdida nesta empresa, sem conseguir perceber se realmente fazia alguma diferença. Mas acho que esta semana senti pela primeira vez que estava a encontrar o meu lugar ali - já devia saber que não podemos ter everything, all the time. Saio satisfeita por vários motivos: o novo emprego parece-me mais desafiante e mais geek, o que me faz instantaneamente sentir melhor; a diferença salarial é do género Oh nem quero acreditar que vou receber isto!; consegui negociar as condições salariais pela primeira (e acho que única) vez com um bluff simpático; consegui manter as férias já marcadas e ainda adicionar uns dias extra antes do contrato começar.
Estou cheia de vontade de começar! Parece que há toda uma onda de promessa no ar e eu posso aspirar a ser um bocadinho mais do que tenho sido até agora. O meu chefe pareceu-me uma pessoa muito prática e pouco dada a futilidades ou aparências. Só espero (com muita força) não me arrepender e ir parar a algum buraco profissional muito escuro. Mas enfim, quem não arrisca não petisca e eu assumo a minha vontade de arriscar. Sempre.