Apesar de já caminharmos a passos largos para os dois meses desde que chegámos, ainda tenho muitos momentos em que é difícil acreditar que vivemos aqui. No outro dia, tinha umas quantas coisas para fazer no centro e entretanto resolvi continuar a andar a pé. As ruas do centro são tão cheias de vida, há tantos grupos de turistas prontos para fazer os percursos turísticos e para visitar as Casemates, há dezenas de senhores de gravatas que trabalham nas centenas de bancos que aqui têm sede, há (é claro) portugueses em cada esquina mas especialmente na zona da Gare Central. E depois eu, no meio desta gente e desta paisagem que ainda não consigo entender completamente, sinto-me uma turista, é-me difícil sentir-me alguém daqui, alguém que não veio por duas noites, alguém que começou a reconstruir uma vida nos arredores. É uma sensação estranha: primeiro começamos a perceber de linhas de autocarro e da sua periodicidade; depois, estudamos a vizinhança especialmente calma e silenciosa; de seguida, começamos a saber o nome das ruas e a reconhecer bairros inteiros. Mas não me posso esquecer que foram dezassete anos em Portalegre, quinze anos em Lisboa - uma pessoa começa a não saber de onde é verdadeiramente. Por agora, é enfiar os phones nos ouvidos e aproveitar a oportunidade de me espantar sempre com os detalhes.
4 comentários:
E que tal seres uma cidadã do mundo?
:)
Beijocas e boa continuação luxemburguesa.
Hás-de encontrar o teu lugar. Belas fotos!
As fotos estão tão bonitas!
O que importa é que consiga ser feliz, mesmo que ainda não sinta essa terra como sua.
Um beijinho
Desde que aqui estou que me considero uma cidadã do mundo: tomei consciência que Lisboa será sempre o meu cantinho especial, mas de há um ano já consigo ter os meus locais de eleição neste país.. mas mesmo assim muitas vezes ainda me considero uma turista.. e penso se algum dia deixarei de me sentir assim.
Beijinhos :-)
Catarina
http://nolugarquechamocasa.blogspot.com
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