Esta semana voltei a trabalhar. Digo isto com o alívio gigante de quem gostava muito da tranquilidade da sua casinha mas que já desesperava por ver a sua vida também a continuar. Com um marido a trabalhar há muito, um bebé já na rotina da creche, faltava eu.
Fui relativamente nervosa no meu primeiro dia. Não tive dificuldades em acordar cedo porque com um filho de dezanove meses não há quem possa dormir para lá das sete, oito da manhã. Tratei de mim com tempo, saí de casa tranquilamente para voltar a andar de transportes, misturei-me com a agitação da cidade e em vinte minutos lá estava. Para mim, o mais difícil em começar num sítio novo não é o trabalho em si: o que me assusta ou o que me custa mais é toda a criação de relações com chefes e colegas. Sou demasiado auto-consciente e às vezes paranóica e fico com a impressão que podem não gostar de mim e depois nãok quero parecer chata nem aborrecida nem desinteressante e estes esforços todos cansam-me um bocado. Ainda vai demorar uma eternidade até que me sinta à vontade mas enfim, uma pessoa habitua-se sempre.
Foram demasiadas caras e nomes para um primeiro dia. Fui apresentada a tanta gente que nem sequer pude reter qualquer informação e prometi a mim mesma trabalhar nisso nos próximos tempos. Passei muito tempo sem fazer nada porque parece que aterrei lá num período um pouco caótico e saí mais cedo. Mas não saí sem antes ser apresentada ao director que me esperava com este ramo de flores. Quando disse que era para mim, eu fiquei especada a rir e a dizer Ah, está a brincar. Assim mesmo com aquela cara idiota de cepticismo dos filmes. Mas não, ele insistiu e era mesmo para mim! Disse-me que os homens costumam receber uma caixa de chocolates e pareceram-me os gestos mais simpáticos e atenciosos que já vi num local de trabalho. Com a minha cara de parva, levei-as para o meu lugar, onde agora as posso admirar até secarem definitivamente.
Cheguei a casa completamente rota. Cheguei naquele estado em que é preciso um esforço hercúleo só para manter os olhos abertos e no autocarro devia mesmo parecer um zombie. Cheguei a casa feliz por poder aprender coisas novas, tristes por estar outra vez bem longe do meu filho, aliviada por sentir a minha vida a regressar novamente àquilo que deve ser sempre: activa. E agora é assim: mais vontade de dormir, mais vontade de aprender e menos tempo para relaxar. Vamos a isso.
3 comentários:
Boa sorte!!
Que tudo corra bem, que as relações com os seus colegas sejam simpáticas e cordiais e se sinta bem no meio deles.
Ser recebida com flores é uma boa recepção, muito fixe mesmo.
Um beijinho
eu se pudesse não trabalhava....fazia só o que gosto ! ;-)
hihihhi
Ps: por ai inveja-se o tempo, por aqui inveja-se o haver trabalho ( e rápido)
Enviar um comentário