Entretanto voltei a trabalhar. Custou-me horrores voltar ao ritmo das madrugadas, apesar de agora poder acordar 45 minutos do que o habitual. Cheguei atrasada no primeiro dia, culpa da Braderie e do consequente trânsito caótico e fiquei chateada porque, apesar da culpa não ser minha, foi essa a primeira impressão que deixei. O regresso a casa não foi menos atribulado e, sem autocarros livres, lá foram dois km de marcha, cheia de raiva e cabeça cheia do primeiro dia.
Trabalho no campo (nas fotos está a vista do escritório e da paragem de autocarro), para contrastar com a localização anterior em plena capital. Só existe um autocarro que chega aqui e a paragem obriga-nos a ficar literalmente no meio da estrada. Nunca precisei tanto de um carro mas a coisa há-de resolver-se.
Não fui recebida com flores desta vez. Não existe aqui a máquina de recursos humanos como no meu último emprego, com todas as boas vindas, com o economato à minha espera e ainda nem sequer tenho computador. Mas sinto que já aprendi mais em dois dias do que nos últimos três meses de trabalho e estou verdadeiramente aterrorizada com o tipo e profundidade de conhecimentos que preciso ter. Medo não tenho e continuo sem perceber porque é que todos os alemães com quem trabalhei adoram andar descalços no local de traballho.
Todos os colegas de trabalho são mais velhos do que eu, o que é uma novidade. Há português com idade para ser meu pai que começou como pescador e já trabalhou em todo o Mundo, a alemã divorciada e com um filho que achas que sabe tudo sobre ser mãe (sobre tudo, na verdade), oo italiano careca que nunca sabe o que fazer. As pessoas demoram algum tempo a reveleram-se individualmente mas é relativamente fácil entender as dinâmicas de uma equipa e aqui é claro que nem todos puxam para o mesmo lado. Mas é um ambiente descontraído, informal, muito geek e algo agitado onde vou conseguir quantidades massivas de conhecimento.
Se é o trabalho ideal? Com certeza que não porque ainda ninguém paga a ninguém para ver filmes, música, escrever e correr. Mas por enquanto (que eu espero seja um longo enquanto) aqui estou. Rezo para que o meu cérebro não queime já e não me deixe ficar mal. O resto são só muitas questões e uns milhares de linhas de comando. Eu sempre soube que devia ter ido para a informática!
4 comentários:
;-) e uma motoreta ou memso uma bicicleta?
ps: e sim há pessoas que são pagas para ver filmes, outras para ouvir músicas, escrever e até para correr, queres repensar? :P
beijos
mas afinal o que é que fazes??
andar descalço dá mais confiança, liga nos mais à terra, experimente que vai gostar ;)
Anita
@Madalena, nós temos o Smart aí em Portugal. Acho que qualifica como mota e dá mais jeito no Inverno que faz aqui ;)
@|b|, trabalho numa empresa de pagamentos por cartões de crédito/débito. Pensa nos terminais que estão no sítios para pagares as compras e somos nós que os vendemos e mantemos. Pagam-nos também por cada transacção feita :)
@Anita, eu adoro andar descalça e ando sempre que posso. Mas em minha casa ou outros sítios seguros e limpos, não em alcatifas limpas uma vez por ano, cheias de pó e de outras porcarias ;)
Enviar um comentário