Eu gosto muito de passar tempo na cozinha. Especialmente agora, que os dias estão muito frios e cinzentos e em que ora a chuva ora a neve não fazem ter vontade de sair. Tenho poucos livros de receitas porque a) os deixei em Portugal porque não eram bagagem indispensável ou b) porque procuro muitas receitas na internet de acordo com os ingredientes que tenho em casa.
Neste Natal recebi dois livros de cozinha mas hoje falo sobre este. É uma prenda de casamento que nos chegou atrasada mas que é certeira na sua utilidade e no seu significado: é mais uma maneira de matarmos as saudades de casa. É verdade que a primeira edição já data de 1972 ou 76 mas a nossa é de 2012, mantendo as fotografias originais e a recolha de Maria de Lurdes Modesto. As fotografias que ilustram cada região e algumas das receitas são deliciosas e são o símbolo de um país que há muito deixou de existir. Esta é a minha oportunidade de cozinhar os pratos que a minha mãe gostava que estivessem à nossa mesa. Ainda me rio quando me lembro dela a perguntar-me agora no Natal: "Tu cozinhas assim... como eu?". É claro que nunca fiz um cozido à portuguesa e ainda não fui capaz de me aventurar no feijão com couve mas vou tentando experimentar e elaborar mais na cozinha.
Ainda só experimentei um bolo de mel do Ribatejo mas estamos a pensar que os almoços de Sábado vão sair todos do livro daqui para a frente. Somo obrigados a procurar alguns ingredientes no supermercado português mas quando chegarmos ao fim há-de parecer-nos que estamos em casa. Mesmo sem o som de Campo de Ourique ou o cheiro da serra de São Mamede mas há-de haver um pedaço de Portugal no prato.
1 comentário:
Será que aí há cação para fazeres um sozinha do dito? É um prato bem alentejano!
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