Em Portugal nunca tínhamos ligado muito à Páscoa. Nunca fizemos nada com o Vicente: nunca nos tinha ocorrido esconder os ovos pela casa, nem pintá-los nem nada. A Páscoa era para mim sinónimo de costeletas de chibo panadas comidas em família, demasiadas amêndoas em casa, filmes bíblicos a metro em todos os canais de televisão.
É claro que a Páscoa em Portugal era sinónimo de muitos ovos de chocolate, aliás, chocolate em todas as suas formas, amêndoas em destaque nos supermercados mas aqui a coisa vai um bocadinho mais além. Além das guloseimas há muitos elementos de decoração à venda para enfeitar jardins e parapeitos de janela, há materiais para a caça aos ovos espalhados por todo o lado, há bolos em formato de cordeiro de Deus para aqueles com um sentido de humor retorcido e/ou os mais crentes. Há muitos coelhos, mas também muitos patos e pintainhos, muitos veados e muitas cenas na floresta. A nossa vizinha velhinha enfeitou a porta dela com uma cena destas feita exclusivamente em papel e era a coisa mais fofa que já vi à porta de uma casa por alturas da Páscoa. Vá, foi a primeira vez que vi uma porta decorada nesta altura - até aqui, era mesmo só no Natal.
Só que este ano foi um bocadinho diferente. Não houve chibo para ninguém e a família resumiu-se a nós os três e a mana que veio de Londres de propósito para nos visitar. Não vimos nenhum filme alusivo à época mas metemos mãos à obra para oferecer qualquer coisa ao Vicente. Peguei numa ideia que vi aqui e tratámos de lhe dar forma. Depois arranjámos uns bichinhos para juntar à colecção do Vicente e juntámos umas amêndoas. Ele gostou muito e nós ainda mais: a sensação de ver tudo acabado e depois ver a cara dele ao abrir são satisfação mais que suficiente! E o bom disto é que uma coisa simples de fazer, barata e rápida, sem exigir grande queda para os trabalhos manuais ;)
1 comentário:
Ideia bem gira.
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