Hoje recebi o telefone que tanto esperava e (re)começo em breve a trabalhar! O meu ritual matinal foi quase sempre o mesmo em todas as manhãs desde que cá cheguei: ligar o computador, ver primeiro as ofertas de emprego dos sites que subscrevi e depois vasculhar todas as outras. Desanimei muitos dias porque há imensas ofertas de emprego, sim, mas para quem tem formação ou experiência na área financeira, o que claramente não é o meu caso. Desanimei muitos dias porque recebi muitas respostas em que o argumento era sempre o mesmo: o meu perfil não era adequado e algumas vezes duvidei de mim. O meu próximo passo era a inscrição no centro de emprego e provavelmente em agências de trabalho temporário mas, felizmente, posso evitar ambas as inscrições.
Eu sei que o meu currículo não é minimamente impressionante e que a minha formação provavelmente não se destaca no meio de outros candidatos. Sei que tenho a meu favor a queda para as línguas e esse era (é) o meu mais importante trunfo neste mercado. O problema aqui é que o país é tão pequeno e faz fronteira com países de onde vêm também candidatos muito fortes e isso limita (com toda a certeza) as minhas hipóteses. Só que eu acho que nesta coisa de arranjar um emprego há um factor decisivo, especialmente porque o vi acontecer várias vezes na minha vida: também é preciso estar no sítio certo à hora certa. E mesmo a juntar a este factor completamente aleatório (ou não, dirão os que seguem escrupulosamente os astros), também é muito importante causar uma boa impressão. Ora, o primeiro factor ultrapassa-se à custa de muitas tentativas, o segundo treina-se e é especialmente fácil se não inventarmos muito. Por isso a minha estratégia é a da honestidade total e a de tentar vender-me realçando qualidades verdadeiras em vez de competências imaginárias. Misturamos um pouco de nervosismo (o que, depois de parir um filho, passa a ser uma brincadeira de adultos), humildade e empatia e há boas hipóteses de sair qualquer coisa dali. Desta vez saiu e eu reconheço que foi muito mais pela primeira impressão do que pelas minhas qualificações. Agora só há uma coisa a fazer: arregaçar as mangas, vestir a camisola e trabalhar muito. Tudo o resto, a seu tempo, virá. Façam figas!
* ou eu preciso mesmo de me libertar deste meu cepticismo e confiar nas posições dos planetas e assim
4 comentários:
Figas feitas, embora ache que não seja nada preciso! Way to go, Marisa! Beijinhos
Marisa, embora eu não duvidasse das tuas capacidades fiquei contente com a notícia e porque sei que és muito trabalhadora também tenho a certeza do teu êxito. Ficarás com menos tempo para o blog, mas vai dando notícias...
p.s. é mesmo necessário teres aquela função robô? Acho que às vezes é chato!
Muitos parabéns e que tudo corra bem.
Um beijinho
Vai correr tudo bem! Fico a torcer por ti como se já fosse por mim. Há-de chegar a altura em que tb eu irei regressar ao mundo dos adultos. E tenho exatamente os mesmos receios que tu, achando sempre que os outros são todos melhores e que jamais conseguirei um emprego na minha área por estes lados. Em contrapartida, penso muitas vezes que esta mudança radical na minha vida tem de ter uma razão de ser e
que nem tudo pode ser sempre mau..
Beijinhos!
Catarina
http://nolugarquechamocasa.blogspot.com
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