Entretanto
voltámos à luta e se antes já era extraordinariamente difícil levantar-me da
cama às seis e meia da manhã, agora é ainda mais duro : acrescente-se o
facto de ser já noite cerrada (antes saía de casa pouco depois das sete e já se
vislumbrava alguma luz do dia) e das temperaturas estarem perigosamente a
descer em direcção ao zero e temos um cocktail
explosivo. Concluímos, sem grande dificuldade, que voltar a correr antes do
trabalho e nestas condições atmosféricas está quase posto de
parte. Já andamos à procura de alternativas mas não está fácil considerar as
soluções ao ar livre.
Quando
chegámos, decidimos ir de táxi para casa. Ingenuamente, tratámos de tudo com o
senhor em Francês, esmagámos bem as malas na bagageira e demos a nossa morada.
Trocámos algumas impressões sobre a viagem e sobre o comportamento do bebé Vicente
e o taxista calado. Alguns minutos depois, dirigiu-se a nós em Português. Não
devia ter sido surpresa para nós (afinal o presidente da federação de taxistas aqui é português) mas ficámos apenas desconfiados :
será que ele esperava ouvir algum comentário menos feliz da nossa parte ?
Será que nos estava a pôr à prova ? Ficou-nos a pergunta na cabeça e um certo desconforto a que já nos devíamos ter habituado aqui, onde
meio país é Português.
Uma das
coisas boas do sítio onde trabalho é que há uma empresa que entrega almoços aqui no meio do campo. É um sistema espectacular e que devia existir
em mais sítios (será que isto em Lisboa não pegava ?) : só aceitam em
endereço de e-mail profissional, a morada de entrega é automaticamente
atribuída e oferecem mais do que um tipo de pagamento, sendo que as facturas
são enviadas de quinze em quinze dias.
Ao cliente pede-se apenas que faça o pedido
antes das dez da manhã através do site da empresa, escolhendo entre sandes,
saladas, pratos quentes e sobremesas – tudo por um preço
competitivo. Isto acabou-me com um
problema (cozinhar o meu almoço ao mesmo tempo que faço também o jantar) e deixa-me escolher o que mais me apetece na altura.
Sinceramente, já me apeteceu iniciar um negócio destes porque é simples, não
necessita de uma sede física (dispensando por isso muitos custos fixos) e não
obriga a estar oito horas fechada num escritório. Enfim, continuemos a sonhar…
E já agora a aproveitar as abertas que a vida (e o tempo) nos oferece.
1 comentário:
Olá Marisa, tenho andado longe e logo com pouco tempo para andar por aqui. Como te dissemos fomos passar uns dias à Suiça,Alpes que para uma ex-prof de geografia continuam a ser um fascínio.
Vi as fotografias da "Fall" no Luxemburgo e senti saudades dessa maravilhosa estação no Canadá.
Aproveita-a quando atravessas o campo que te leva ao escritório. Beijinhos
A tua professora
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