A segunda parte das férias levou-nos até à Baviera, mais precisamente até Munique, onde temos grandes e bons amigos que esperam mais um amiguinho para Dezembro. A viagem foi completamente horrível: são quinhentos e tal quilómetros que se fariam muito bem, sempre por auto-estrada, não se fosse dar o caso do trânsito ser infernal e de encontrarmos obras de beneficiação a cada dois quilómetros. Tendo em conta as circunstâncias, digo mesmo que o pesadelo que durou chegar lá compensaria largamente o preço dos bilhetes de comboios e pouparia os nossos corpos e mentes a sete horas de aflição. Mas chegámos e isso foi o mais importante.
Ocorreu-nos que esta seria uma oportunidade de ouro para visitar o romântico castelo de Neuschwanstein (se não conhecem, vão penitenciar-se aqui) e foi assim que rumámos para os Alpes alemães numa das manhãs. O tempo continuava óptimo, apesar do nevoeiro que se podia ver de longe nos picos das montanhas. É evidente que o sítio estava apinhado de gente, tanto turista asiático que lhes ganhei uma certa aversão, autocarros descarregando gente e mais gente para a subida à montanha, charretes e transfers a rebentar pelas costuras. Os nossos amigos tinham recomendado que conteplássemos o castelo da conhecida Marienbrücke mas foi quase, quase impossível: a ponte tinha tanta gente que para mim é surpresa como aquela malta não foi toda parar uns belos metros abaixo. Consegui uma foto furtiva e voltar para trás, tentando levar o menor número de empurrões possíveis e lembrado-me porque detesto estas multidões.
Depois Munique... Ah Munique, cidade da qual não sabia bem o que esperar. A única coisa que sabia era que é uma das mais ricas cidades de Alemanha, senão a mais rica, e isso pode sentir-se um pouco no ambiente que se vivia por todas as ruas e parques onde pudemos passear. Com a meteorologia a nosso favor, os relvados estavam cheios de gente que se tentava refrescar, os Biergärten estavam a abarrotar de gente que comia e bebia tão descontraidamente que dava vontade de sermos realmente um deles. Pudemos experimentar a cerveja em quantidades industriais (que eles lá não fazem por menos), saborear os pretzels e as salsichas que (para mim) simbolizam a cozinha alemã e aproveitar o bom tempo para relaxar um pouco. Andámos uns belos quilómetros também mas tudo isso resulta da vontade de ver de perto como se vive em lugares estranhos. Venho com a imagem de uma cidade sem engarrafamentos, cheia de bicicletas e transportes públicos que funcionam na perfeição, uma cidade próspera e tranquila que também deve bastante ao turismo e à quantidade gigantesca de comes e bebes que se encontram espalhados por todo o lado. Lá para Dezembro, vai nascer um bebé que, sendo filho de portugueses, há-de ser um bocadinho alemão também e que poderá beneficiar do melhor dos dois mundos.
A viagem de regresso foi ligeiramente melhor e nós já morríamos de saudades de apenas estar em nossa casa, sem correr para nenhum lado, nem estar quase a desfalecer com o calor. Ainda está para chegar a viagem em que regressar não é também um desejo bem forte. Agora fazemos tempo até ao regresso a Portugal, dois meses em contagem decrescente!
1 comentário:
Marisa, e eu que estive tão perto do Luxemburgo! Fomos passar uma semana à Bélgica e como é pequena, "assentamos arraiais" em Gent e daí fomos a Bruges, Antuérpia e Bruxelas.
Claro que me lembrei que tu estavas ali tão perto!
Beijinhos
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