Desta vez, vim de lá convencida que nunca poderia viver lá: é uma cidade gigante (especialmente se comparada com a área do Luxemburgo-país), com demasiadas pessoas em todo o lado e com hora de ponta nos transportes que é... basicamente a toda a hora. Aqui, desterrada neste fim de mundo, aprendi a dar valor às viagens de dez, quinze minutos para as coisas mais essenciais, sem ser apertada e empurrada em espaços demasiado quentes e claustrofóbicos, sem grandes massas de turistas a bloquear o acesso a tudo.
Mas é claro que Londres é mais do que isso. São os mercados de rua cheios de gente de todos os continentes, são as pessoas a fazerem fila para tirar uma fotografia com o Big Ben como pano de fundo, são os cafés todos diferentes, cuidadosamente pensados e cheios de gente dentro e à porta num Sábado à noite, são as pessoas cheias de sacos de compras em frente ao Harrods, são os museus à borla, é o número interminável de actividades entre as quais escolher, é a comida de todo o mundo, o Tamisa debaixo daquele cinzento-Londres e as torres de vidro onde se fazem os grandes negócios, é a cidade a estender-se até se perder de vista, são os grafitis e as ruas transformadas num museu ao ar livre, são as fachadas dos apartamentos para onde nos queremos mudar já, são os jardins cheios de Outono e os cemitérios pouco mórbidos, são as excursões intermináveis de miúdos e graúdos, é a meteorologia melhor do que no Luxemburgo mas sempre pior que Lisboa, são as lojas abertas ao Domingo e até durante vinte e quatro horas, é o design a espreitar por todos os lados, são os comboios a horas e os autocarros de dois andares tão populares entre os menores de cinco anos, é escolher entre hamburguer e lagosta e nunca ter provado o fish'n'chips, são as cervejas que parecem chichi, é o lixo por todo o lado e nunca totalmente apanhado, são as linhas de metro acima e debaixo de terra. É uma cidade maravilhosa para passar umas temporadas, especialmente se se tem tempo e (bastante) dinheiro, há gente e actividades para todos os gostos e bem, uma parte do meu coração vive lá há uns tempos, agora em Earls Court. Se precisasse de razões para voltar, ela bastaria, com a sua casa de bonecas e as suas ideias para nos levar a sítios novos. E é por isso Londres que te quero tão bem - porque fazes o mesmo por ela.
1 comentário:
Subentendo que falas da P. e subentendo que com ela tudo corre bem. Fico feliz por isso. Dá lhe um bjis por mim.
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