Nova Iorque, Nova Iorque... És gigantesca e agitada mas eu gosto de ti. Costumam fazer a vocês mesmo aquela pergunta de viagem "Será que eu conseguiria viver aqui?"? Eu costumo e a minha resposta é sim, claro que sim. Embora ache uma cidade um pouco sufocante para quem tem filhos, pelo menos imagino-me a viver aqui e a levar o Vicente ao Central Park e ao Brooklyn Bridge Park aos fins de semanas. Mas vamos por partes.
Tínhamos uma ideia bastante clara do que queríamos ver e, mesmo não tendo feito planos definitivos antes de começar, conseguimos ver tudo a que nos tínhamos proposto. Nestes dias, aproveitámos para subir ao Top of the Rock (uma emoção estar perto dos cenários de uma das minhas séries favoritas, o 30 Rock), onde a agitação era incomparavelmente menor do que no Empire State Building. As vistas são igualmente maravilhosas e ventosas e até consegui manter-me calma, apesar das vertigens. Visitámos o MoMa, o Met e o American Natural History Museum e isto foi muito emocionante. Consegui ver ao vivo e sem mil pessoas à volta o meu quadro preferido de todos os tempos ( A noite estrelada, do Van Gogh) e muitos outros que povoavam meu imaginário há muitos anos. Apesar de termos visitado os museus no fim de semana, não havia assim taaaanta gente que desencorajasse a visita. Tudo está bem organizado e bem, os americanos tendem a dar demasiadas instruções e a manter tudo sobre (demasiado) controlo, por isso nunca esperámos muito em nada do que vimos.
Passeámos pelo Central Park (como não!) e durante esse bocadinho eu ia pensando mais e mais no Vicente, enquanto via as famílias em pleno piquenique ou os miúdos com os velerido telecomandados no lago. Eu sei que foi a melhor decisão que tomámos (ele ainda é pequeno e não ia aproveitar grande coisa) mas não consigo evitar pensar muitas vezes nele e sentir-me um bocadinho egoísta por não o ter trazido. Mas depressa me passava o pensamento: bastou-me ver, por exemplo, a birra monumental de uma miúda da idade do Vicente no MoMa e no desespero estampado na cara dos pais para me lembrarue tinha tomado a decisão certa!
Embarcámos num cruzeiro muito bonito e longo (os meus pés agradeceram mil vezes!) à volta da ilha de Manhattan, que pudemos ver em todo o seu esplendor a partir do East River e do Hudson. Tínhamos decidido não ir à Estátua da Liberdade mas passámos suficientemente perto para fotografá-la e sentir aquele apertozinho no coração de quando se está finalmente frente a algo que povoa há muito as nossas memórias. Eu pude ver que o tamanho da ilha é muito superior ao que eu tinha na cabeça e o guia tinha tantas, tantas curiosidades na manga que era impossível não sorrir. Almoçámos em Chinatown e comemos a sobremesa em Little Italy, passeámos por essas ruas cheias de movimentação e onde mal se fala inglês para depois voltarmos ao centro nevrálgico da cidade.
Se gostei? A-do-rei! Fiquei fã de Nova Iorque, dos seus transportes públicos funcionais, das buzinadelas a toda a hora, da gente que corre sempre para qualquer lado. Mas agora, neste exacto momento, o que me faz falta é repouso e relaxamento, é pés sem sapatos e um carro à porta que nos leve à praia mais próxima. É por isso que faltam poucos minutos para embarcarmos para segunda parte da viagem...
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