Há dois impactos físicos a sofrer en Nova Iorque, um que já esperava e outro do qual nem me tinha lembrado: os pés podem ficar destruídos de tanto andar e o pescoço dorido de tanto olhar para cima. Tenho o pescoço muito são, os pés é que nem por isso.
Saímos do hotel às sete da manhã e apanhámos o autocarro para a cidade. Antes tínhamos saboreado o pior pequeno-almoço de hotel, que os testemunhos dizem ser muito aceitável para o standard americano. Eu tenho tido oportunidade de tomar uns pequenos-almoços por aí e vêm duas considerações à cabeça: tenho saudades dos hotéis espanhóis e, se isto é representativo do que comem os americanos comuns, então explica-se muita coisa!
O autocarro não demorou mais de quinze, vinte minutos até à cidade, deixando-nos em plena Times Square. Era muito cedo e as ruas estavam quase vazias, o que não aconteceu definitivamente no nosso regresso. Guiados pelo skyline da cidade, decidimos visitar o Empire State Building que podíamos ver de Times Square. A quantidade de gente e de controlo (malas verificadas à entrada e detector de metais) eram impressionantes mas as filas nunca pararam de andar. Ainda subimos 6 andares a pé até ao observatório do octagésimo sexto piso, onde a grandiosidade e familiaridade da vista sobre Nova Iorque é incrível. O número de turistas e de pais que deixam as crianças desprotegidas também mas tudo está bem quando acaba bem.
Descemos até ai edifício Flat Iron, tão esguio e bonito ao vivo como o tínhamos imaginado. Daí, descemos a Broadway até ao mercado de Union Square, onde nos enfiámos pela primeira vez no metro. Eu já sabia que era escuro, que era já velho, especialmente se o comparamos com o de cidades como Lisboa, mas não estava era preparada para o ruído ensurdecedor! Como é que esta malta pode usar o metro diariamente e não ficar surda é um mistério para mim. Saímos mesmo antes da ponte de Brooklyn e uau, foi empolgante vê-la dos vários ângulos possíveis e atravessá-la a pé. Não sei porque tenho esta ideia tão romanticizada da ponte mas senti-me feliz por poder pisá-la.
Almoçámos em pleno Brooklyn Bridge Park, com uma vista soberba sobre o chamado Manhattan Skyline, vendo os táxis aquáticos no rio Hudson, os helicópteros em constante movimento turístico, a ponte de Manhattan à direita e a estátua da Liberdade ao fundo. Tínhamos decidido que tentaríamos comer comida de rua sempre que possível. Já tínhamos comido o belo do cachorro quente e ao almoço decidimo-nos por um burrito gourmet (afinal a moda não é só portuguesa...) delicioso. Típica comida americana, if you know what I mean. Mais uns minutos para respirar e ala procurar o metro para a cidade outra vez.
Passeámos por Battery Park já sob a ameaça de alguns pingos de chuva que afinal se contiveram e esperaram que chegássemos ao hotel. Pudemos sentir o impacto da história demasiado recente e catastrófica no memorial do onze de Setembro: eu imaginava aquela gente toda a procurar abrigo nas ruas e prédios adjacentes, as torres a caírem, o horror demasiado que parece ainda quente nas nossas cabeças. Ainda demos um salto à biblioteca de Nova Iorque e à grande Central Station, cenário de tantos amantes que se despedem, gente que foge da cidade ou simplesmente volta a casa. E depois a benção do autocarro de regresso, rebentados com um dia inteiro na cidade que não dorme (mas come, compra e consome televisão avidamente), a chuva a começar quando chegávamos ao hotel. Acho que cumprimos as expectativas para um primeiro dia, embora eu não saiba se os pés aguentaram um segundo! Pelo menos o jetlag acalmou :)
3 comentários:
Há dias que esperava os teus posts de NY. Com este revi-me em em 1994 da 1ª vez que lá fui, depois das outras duas vezes já não achei tão excitante, o que é natural. Que continuem nesse ritmo, já que no dia seguinte os pés voltam a aguentar!
Boas férias, bons passeios.
Estava à espera do relato da continuação da viagem... Desculpa pois eu até sei que chegada ao quarto só apetece é cair na cama e dormir!
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