Hoje vinha no carro, para mais uma visita semanal a casa, e percebi como conduzir é um momento priveligiado para deixar os pensamentos avançar, impiedosos e desordenados. Dei comigo a pensar:
- que os cheiros são veículos de transporte para outros anos e outros sítios. Já repararam como é bom o cheiro a urzes, giestas, eucaliptos e pinheiros? Da mesma forma, lembrei-me de como os cheiros podem ser nauseabundos e obrigar-me a fazer caretas durante longos quilómetros (se têm algum amor às vossas narinas, evitem a todo o custo a zona que circunda Alcochete e Coruche);
- na impossibilidade de um dia alguém me oferecer um ramo das minhas flores preferidas, as papoilas. Tanta flor bonita que uma mulher pode escolher e eu havia logo de escolher uma que murcha assim que é colhida...;
- que, se este ano vou sentir falta da praia com os amigos (e consequentemente dos festivais de Verão), ir à praia contigo e estar deitada contigo na areia vai ser um dos pontos altos do meu Verão;
- nas (que vão ser as minha últimas) férias grandes. Devia envergonhar-me por ainda ter férias grandes, porque os meninos e meninas da minha idade têm (normalmente) mais juízo que eu mas a verdade é que ainda as vou gozar uma última vez. Logo agora, que planeio passar o Verão a trabalhar... (a ironia disto tudo);
- que o meu coração está estacionado em Mora, a meio caminho de tudo. Só assim posso estar perto de casa e ao mesmo tempo perto de ti...
(E digam lá se há melhor maneira de chegar a casa do que abrir o frigorífico e achar uma grande tigela de salada de polvo... É mais uma coisa boa de Portugal que a Pollie podia acrescentar à sua lista.)
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