abril 29, 2005

Exactamente para comemorar o dia da Liberdade, uma equipa de 7 valiosos elementos concorreu, uma vez mais, nos Jogos de Abril. Desta vez, conseguimos um lugar no pódio (o 2º!) e um fim de semana numa paragem à nossa escolha. Correndo o risco de me poder alongar de mais sobre o assunto, ficam só os bons momentos que escolhi.

A Prova

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O Cenário

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A Equipa

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A Simbologia

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O Aperto

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O Resultado

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A Vitória

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abril 26, 2005

E quando ele cantou '...hoje é o primeiro dia do resto da tua vida...',



eu sabia que ele estava a falar de nós. E de uma palavra bonita, que se chama 'futuro'.

abril 25, 2005

Hoje está muito sol e é o dia da Liberdade!

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Feliz 25 de Abril!

abril 24, 2005

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G R A N D E !
Poucas coisas há que me aborreçam mais que o meu constante esquecimento, a minha incómoda falta de memória.

(OK, é verdade. Neste momento há uma coisa que aborrece infinitas vezes mais mas acho que, para o efeito que quero, o Benfica estar a perder com o Estrela da Amadora não interessa.)

E não é exactamente o esquecimento: é o esquecimento mas aliado à falta de cuidado ou à distracção. Eu, que sempre me vi como uma pessoa relativamente cuidadosa com as minhas coisas, vi-me a braços com chatices enormes nos últimos tempos. E tudo porque, é verdade, preciso admiti-lo, sou uma grandessíssima cabeça no ar. Também tive chatices mais pequeninas (como precisar do carregador das pilhas e ele estar SEMPRE em Lisboa ou nunca telefonar à minha senhoria para falar sobre a água que pinga do esquentador) mas com essas vivo melhor.
Antes do Ano Novo, fui para Évora como o único propósito de sair à noite. Já há muito que não ia lá e não pude recusar um convite para jantar-sair-dormir-pouco-e-ala-que-se-faz-tarde. Lá fui eu. Esperava-me uma noite só de gajas, coisa a que não estou habituada mas que até correu bastante bem (se considerarmos a concentração assustadora de hormonas femininas em tão pequeno espaço físico). A meio da noite decido perder a carteira. (Bem, não decido mas o que é certo é que aconteceu.) E o que é que eu tinha lá dentro? T-U-D-O. Apenas todos os meus documentos, inclusivamente o BI e o passaporte de que eu iria precisar porque tinha voo marcado para daí a 4 dias. 4-dias-4. 4 dias em que todos os serviços públicos iriam estar fechados (era véspera de noite de Ano Novo, a que se seguia um fim de semana)... Pedir na polícia uma certidão da ocorrência revelou-se impossível (devido à falta de paciência da funcionária ou ao mero pormenor de, tendo eu perdido a carteira, não ter como pagar a dita certidão...). E pedir um novo BI na segunda feira seguinte às 8 da manhã quando se tem um voo marcado para a 1 da tarde foi um autêntico pesadelo a que vos vou poupar. Penei mas embarquei para Berlim.
Depois, há pouco tempo, foram as chaves do carro. Dei por isso relativamente tarde - teriam já passado 2 horas desde que as tinha perdido e só me restava palmilhar a rua onde possivelmente as teria perdido. De cabeça meio perdida, andei para trás e para a frente, com o Daniel a ajudar mas não me valeu de nada, Das chaves nem sinal. Depois ele lá teve a brilhante ideia da esquadra de polícia. Ansiosa, perguntei por umas chaves perdidas. E elas estavam lá à minha espera.
Já tenho um porta-chaves maior, para que possa dar sempre pela sua ausência. E já ando com menos documentos na carteira (bem, agora que penso nisso, talvez não ande...). Mas é como se só esperasse pela próxima vez, como se já estivesse derrotada à partida. Só espero evitar mais esquecimentos para não perder mais anos de vida e para tentar evitar a escalada de cabelos branco na minha cabeça.
(Correcção ao post: segundo o meu benfazejo Daniel, o jogo do Benfica era com o Estoril e não com o Estrela da Amadora... Mais uma prova da incapacidade genética das mulheres para reterem dados sobre futebol...)
Desenhem um porquinho e saibam mais sobre vocês. Um daqueles jogos de criança, agora em formato virtual :)

O meu é... Bem, ele fala por si.

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abril 22, 2005

O que faz mover as pessoas? O amor, a dor, o desejo de vingança, a fome, a esperança, a admiração. O que faz mover essas mesmas pessoas em circunstâncias apocalípticas, entre ruínas que lançaram sobre si mesmas? A lealdade, a honra... a cobardia?
Quanto mais velha sou e mais informação recolho, mais me custa a entender o que estava na cabeça da elite do nacional-socialismo. Talvez isso aconteça porque não sou suficientemente inteligente ou uma grande estratega ou pragmática. Talvez porque sofro de excesso de tolerância e de compaixão e não compreendo desígnios mais elevados. Talvez porque não entendo as vantagens que existem numa raça pura, num território em constante expansão ou numa hegemonia de uma nação, sendo que, para esta existir, é necessário esmagar outras nações.
Talvez porque não concebo um ser humano sem uma gota de piedade ou compaixão ou uma mãe que coloca a sua nação acima dos filhos que ela mesmo gerou. Talvez porque não simpatizo com a cegueira que a sede de poder provoca e pelos mundos que se inventam e destroem para bel-prazer de alguém. Talvez porque não consigo ficar tranquila quando pessoas (muitas pessoas) se desculpam, se descartam de crimes horrendos fingindo não saber de nada, tornando a ignorância no seu alibi e tapando olhos, boca e ouvidos a tudo. Talvez porque me enoja a leveza como as pessoas festejam e bebem, especialmente porque sabem que a uns escassos metros outras são sacrificadas e servem esses festejos para não pensarem no horror. Talvez porque as fraquezas de uma pessoa não podem NUNCA fazer-nos esquecer a perfídia e a total ausência de um coração.

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(Pois, fui ver 'Der Untergang - A queda'. Bruno Ganz num dos papéis mais ingratos de sempre...)

abril 19, 2005

O Daniel vai fazer a cobertura da 2ª edição do IndieLisboa para o Cinema 2000.

Estejam atentos :)

abril 17, 2005

Uma voz sublime desafia a noite fria

Hoje foi o dia de ver A Naifa e acho que não podia ter ficado mais emocionada com o que vi.

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(Pois, a foto é uma merda mas foi gentilmente cedida pela minha irmã, que com o seu telemóvel fez as vezes da máquina digital que esquecemos em Lisboa...)


Chegámos em cima da hora marcada ao alpendre do Mosteiro de S. Bernardo mas muitas cadeiras estavam ainda livres. Nem os aquecedores de esplanada conseguiam manter-nos quentes porque aqui a metereologia não costuma seguir os trâmites legais de sucessão das estações. Os lugares da frente estavam reservados para inúmeras personalidades do jet set portalegrense que, ou com medo do frio ou com pavor do desconhecido, resolveram não aparecer. Eles é que perderam.
15 minutos depois da hora marcada eles pisam o palco. Primeiro Luis Varatojo e João Aguardela para um breve instrumental, que aliás abre o cd. Depois entra, discreto, Vasco Vaz. E todos preparam a entrada da triunfal Maria Antónia Mendes e da sua voz-carícia-potência. Começam por seguir o alinhamento das 'Canções subterrâneas' e depois passeiam-se mais livremente pelo fado-caixa-de-ritmos.
'Música', o seu primeiro single, arranca as primeiras reacções mais livres dos membros da banda. Mitó roda a sua saia de fadista e João Aguardela liberta-se um pouco. 'Meterológica' é, para mim, uma surpresa, uma vez que se trata de um poema de Adília Lopes. 'Rapaz a arder' é um perigo para as lágrimas que há muito ameaçam deixar os meus olhos - desde o início, sento-me embevecida e a rebentar de comoção. Já no concerto de Rodrigo Leão me sentia assim: congestionada por dentro, com fado e Lisboa no Verão a quererem sair.
Dois morcegos voavam enquanto A Naifa destilava Alfama e aquelas ruas estreitas em palco, cantando inclusivamente um tema a esse bairro dedicado. É delicioso ouvir o fado-electrónico deles, pontuado pelos poemas simples e livres. Mas nem todos sentem o mesmo - muitos dos meus conterrâneos passaram o concerto inteirinho a falar, desatentos e desrespeitadores. É uma lástima pensar que muitos deles são os mesmo que se queixam que Portalegre é um marasmo cultural - muitas vezes damos pérolas a porcos.
A prestação de todos foi consistente e surpreendente: João Aguardela portava-se como um marialva no baixo, deitando olhares fugidios a esta Severa moderna que é Maria Antónia; Luis Varatojo provou ser muito mais que o folgazão dos Despe e Siga e dedilhou a guitarra portuguesa como ninguém; Vasco Vaz, mais discreto porque o seu instrumento assim o obriga, marcou pontos nos ritmos cadenciados.
Quando A Naifa ameaçou deixar o palco, alguns resistentes ao desconforto provocado pelo frio fincaram pé e pedir um encore. Quando voltaram, provaram que a festa se faz com poucos mas bons e surpreenderam com uma cover da 'Tourada', em que brilharam uma vez mais e puseram os resistentes a cantar, dançar e apaludir. Aplaudir muito. E quando Mitó diz 'Os milagres realmente acontecem...', tive que sorrir. Porque tinha acabado de atingir um estado de felicidade elevado apenas com a música e eu sei que isso não acontece todos os dias.

abril 16, 2005

"Before sunrise" e "Before sunset" (ou como crescer nos faz bem ao coração)

Não fui uma adolescente marcada pelo romance entre Ethan Hawke e Julie Delpy. Fui assombrada por outros fantasmas românticos mas não por este par que se conhece num comboio. Vi estes filmes esta semana, num intervalo de dois dias, e fiquei contente por isto não ter acontecido antes.

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Em "Before sunrise", Jesse e Celine conhecem-se num comboio - ele vai voltar aos EUA e ela regressa a Paris, depois de visitar a avó em Budapeste. Aceitando o desafio de Jesse, ambos saem em Viena (onde Jesse vai apanhar o voo de regresso) e propõe-se a passar apenas algumas horas juntos.
Acompanhados por uma câmara calma e segura, passeiam pelas ruas da cidade, conversando ininterruptamente (o que pode soar aborrecido mas está longe de o ser) sobre tudo - fantasmas da infância, amores falhados e projectos futuros. Existem dois momentos que me tocaram especialmente: o momento em que estão na cabine da loja de discos, em silêncio, trocando olhares e tentando conter o desejo que notoriamente sentem um pelo outro; o momento obviamente romântico da roda gigante, cujo desenlace, mesmo esperado, é doce e intenso.
O tom do filme é marcadamente optimista, o que se comprova no final. Sabendo que o amanhecer vai ditar o final da sua relação, Jesse e Celine não evitam a paixão que irrompe nas suas vidas - antes, deixam-na florescer com o avançar da noite. E finalmente prometem encontrar-se na mesma estação de comboios daí a 6 meses. E este final 'obriga' a que haja uma sequela...

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"Before sunset" é a chave que nos vai ajudar a descobrir no que resultou esse encontro marcado e, como cedo se explica, o que se passou nos 9 anos que separam estes dois encontros. Jesse está em Paris para a promoção do seu novo livro (que, por acaso, fala do encontro de um par romântico em Viena...), justamente na livraria preferida de Celine, que decide ir ao seu encontro. Este reencontro, desejado pelos dois (assim se descobre mais à frente), vai servir para excomungar os demónios de uma relação que nunca existiu, para discutir política e activismo e para os dois admitirem perante si mesmos de que levam uma vida despida de emoções.
Se no primeiro filme Jesse (um Ethan Hawke cínico e apaixonado) e Celine (uma Julie Delpy sonhadora e inocente) experimentam o fascínio e a esperança do amor numa noite, no segundo filme Jesse (um Ethan Hawke vazio mas perseverante) e Celine (uma Julie Delpy engajada com o ambientalismo mas céptica no amor) começam por conversar sobre as suas profissões e os ossos do ofício, para acabar num momento de catarse, em que admitem que as suas vidas jamais foram as mesmas depois do primeiro encontro em Viena. É no reconhecimento da importância daquela noite que reside a 'salvação'.
Mais uma vez, Richard Linklater prefere apostar num filme que roda à volta de duas personagens apenas, concentrando-se na sua cumplicidade e na forma natural como conversam sobre tudo. O cenário escolhido para o começo das revelações é o banco traseiro de um carro em movimento, de onde nenhum deles pode sair e cujo o espaço sugere alguma intimidade. E o final deixou-me com um sorrisinho parvo nos lábios, porque tudo está bem quando acaba bem...
Ora, aceitando o desafio inesperado da Polliejean, aqui ficam as respostas a um questionário sobre livros.

1. Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser?

Bem, é uma pergunta realmente difícil porque escolher apenas um livro não é pera doce... Mas acho que gostava de ser (e esta escolha não significa que seja o meu livro preferido) 'A instrução dos amantes' da Inês Pedrosa porque me lembro que, na altura em que o li, várias passagens se 'colavam' à minha vida.


2. Já alguma vez ficaste apanhadinh@ por uma personagem de ficção

Hum, apanhadinha não será o termo... Mas impressionou-me o Tomas de 'A insustentável leveza do ser' do Milan Kundera e fascinou-me o Patrick Bateman de 'American psycho' do Bret Easton Ellis.


3. Qual foi o último livro que compraste?

Foi o 'The rules of attraction' do Bret Easton Ellis. Comecei com o 'Glamorama' e agora só já paro quando tiver tudo dele...


4. Qual foi o último livro que leste?

Sou como a Pollijean - gosto de ler mais que um, especialmente por causa da faculdade. Mas o último que li foi o 'About a boy' do Nick Hornby. Nada melhor que esta leitura sobre as coisas pequenas para compensar o complexo de culpa da 'Carta ao pai' do Kafka.


5. Que livros estás a ler?

Neste momento estou a ler 'A Biblia de neon' de John Kennedy Toole, a folhear 'The Pillsbury Cookbook' que é uma colectânea de culinária e a preparar-me para atacar, mais uma vez, 'A metamorfose' do Kafka. Uff! (E tenho um 'Unterwegs' do Jack Kerouac começado em Berlim mas preciso de mais tempo e disposição para ler de dicionário em punho).
.

6. Cinco livros que levarias para uma ilha deserta.

(Que bom! Sempre há espacinho para uma lista!)


'American psycho' de Bret Easton Ellis
Porque foi, de longe, o livro que mais me impressionou até hoje e porque, apesar de ser um livro violentíssimo, dá muito que pensar.


'The fortress of solitude' de Jonathan Lethem
Porque foi o último que li em Berlim, porque o título se adequa à ideia de ilha deserta e porque é impossível não simpatizar com Dylan Ebdus.


'10 horas e meia numa noite de Verão' de Marguerite Duras
Porque, apesar de tratar de traição, é um dos livros mais bonitos que já li. Porque uma trovoada obriga toda a gente à reflexão e à descoberta.


'Amo-te' de Francesco Alberoni
Porque, apesar de ser um livro de teoria e, por isso, ser um desmistificador do amor, ensinou-me muitíssimo acerca da forma como nos enamoramos de alguém. Não retira de forma alguma a magia ao amor mas explica muita coisa que tantas vezes nos intriga, alegra ou faz sofrer.


'Até ao fim' de Vergílio Ferreira
Porque, apesar de ser um longo monólogo de um pai que está a velar um filho morto, é uma 'bíblia' do desespero (que iria sentir se me visse sozinha nessa ilha deserta) e um exemplo do amor (que não desaparece nunca, nem mesmo em ilhas desertas).


7. Três pessoas a quem vais passar este testemunho e porquê.

Esta é que é mesmo difícil. As pessoas que lêm efectivamente o meu blog já responderam ao questionário (são duas!). Portanto, vou deixar nomes de pessoas que talvez nem saibam que o blog existe. E as razões para as escolher são sempre as mesmas: porque têm um blog e porque sei que gostam muito de ler - logo, têm matéria prima para responderem.


Ao Henrique do Algures no cosmos.


Ao Miguel do Velocidade pessoal.


abril 13, 2005

No conforto do meu lar vi

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"The station agent",um filme de Thomas McCarthy. Pensava saber alguma coisa sobre o filme, que passou algo despercebido nos cinemas portugueses. Ora pensava eu que seria um filme francês, em que alguns inadaptados (e eu sei como isto soa mal) conviviam numa estação de comboios (daí o título português) e que poderia ser um filme mais ou menos de difícil assimilação (como tantas vezes acontece com o cinema europeu). Felizmente descobri que estava enganada!
Fin é um homem interessado em comboios (reais e de modelismo). Trabalha numa loja de modelismo com o seu amigo Henry, de quem herda mais tarde uma estação de comboios há muito abandonada. Fin decide partie à aventura e faz-se à estrada (neste caso, literalmente aos carris).
É lá que conhece Joe, dono de uma roulotte que vende o melhor café 'con leche' da zona e que tem o pai doente. É também lá que quase é atropelado por Olivia, uma mãe divorciada a quem recentemente morreu o filho. Estes são os ingredientes necessários para que três estranhos troquem confidências, cozinhem juntos e vejam passar os comboios, com o fascínio próprio de crianças.
É comovente ver como as personagens tentam acalmar os seus demónios, procurando, na maior parte dos casos, o sentimento de pertença que tantas vezes nos falha e retirando prazer das pequenas coisas da vida. O filme é, por esse motivo, desarmante: a simplicidade das coisas pode alimentar-nos o espírito todos os dias, se guardarmos a capacidade de nos surpreender. A realização centra-se nos silêncios, na cumplicidade e na contemplação bucólica da paisagem.
E mesmo que Fin abdique da palavra, Olivia seja neurótica e Joe demasiado auto-confiante, revemo-nos neles e desejamos secretamente fazer parte daquele trio e beber um café 'con leche' numa esplanada que só senta três.

abril 09, 2005

E agora permitam-me um breve momento publicitário.
Rejubilei quando soube que eles vinham a Portalegre, isto porque já há muito que esperava vê-los ao vivo. A sua música chegou até mim antes de partir para Berlim, ouvi-a vezes sem contas nos autocarros de Lisboa. E sim, esta música pertence a Lisboa e aos lisboetas mas foi feita para que todos a possamos acolher e entender quão belo é viver nesta cidade cheia de luz. Quando estava em Berlim desafiei aqueles dias curtos e sombrios e ouvi-os, enquanto cozinhava para três. Todos podemos ter esperança na nova música portuguesa - eles já me provaram isso. Senhoras e senhores, A Naifa.


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(a foto foi 'roubada', se não estou em erro, a Alexandre Nobre)
This guy ROCKS my world.


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(Não, tirem lá essa ideia da cabeça. Não sou uma jovem mãe. Este é só o meu grande amigo Franchicola. Vemos o cão juntos, brincamos com Estrunfes e ele dá-me beijinhos bons.)

abril 01, 2005

Esta semana fui ver

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"The life aquatic with Steve Zissou", de Wes Anderson (cujo título en português me vou abster de referir, uma vez que já muito foi dito acerca das abjectas traduções portuguesas...). Quando saí do cinema perguntei-me: como é possível tudo aquilo caber na cabeça de alguém? Mais uma vez só o realizador poderia responder.
Numa paródia ao trabalho de Jacques Cousteau, Anderson filma a última aventura de Steve Zissou, um famoso oceanógrafo que pretende descobrir o tubarão-jaguar (?) que (supostamente) terá devorado o seu melhor amigo Esteban. Para isso, Zissou (o inigualável Bill Murray, aqui num registo menos contido e menos encantador que o Bob Harris de "Lost in translation") vai reunir uma equipa, recolher patrocínios e viver aventuras inesperadas. Pelo meio, tem tempo de perder a mulher, ganhar e perder um filho e ser rejeitado por Jane (uma Cate Blanchett em estado de graça).
Anderson confirma-se como mestre na criação de ambientes improváveis mas possíveis, no acumular de pormenores e detalhes. Mas um dos momentos mais belos do filme acontece não com actores ou cenários reais, mas sim com uma animação, musicada de forma inigualável pelos Sigur Rós...
A figura do Pai é central nesta narrativa: o Pai que não o quer ser, o Pai que se procura ou o Pai espiritual que se perdeu são diferentes formas de apresentar esta figura. Mas também a Mãe (na figura da serena e cerebral Angelica Houston) se revela central no desfecho desta aventura.
Depois há aquelas aparições pontuais de Seu Jorge, o tal que canta Bowie em português. Já dizia Pessoa "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" e é esse o caso de toda a banda sonora (que tinha ouvido ainda antes de ver o filme e sobre cuja pertinência me tinha interrogado).
Wes Anderson proporciona-nos, mais uma vez, bons momentos de cinema, em que o entretenimento nasce das situações mais inesperadas. Esperamos, daqui em diante, por mais um filme absolutamente 'sui generis'!