agosto 13, 2005

Sou uma pessoa organizada. Há pouco tempo, orgulho dos orgulhos, a minha mãe disse-me que, pelo menos nisso, eu tinha saído a ela. Que até podíamos ser antagonistas noutras coisas mas lá na limpeza e arrumação estávamos lado a lado. Eu debatia-me com a satisfação neste reconhecimento, com a alegria de a minha mãe ver finalmente em mim uma mulher como ela mas ao mesmo tempo com o amargo que essa comparação me trazia. 'Eu igual a ela, imagine-se só... Eu que sempre lutei por impôr o meu método, o meu timing...Arghh!'. Decidi, finalmente, que era tudo uma coisa boa, evitando pensar mais no assunto.

Mas o assunto volta-me a atacar, é recorrente. Olho para o meu quarto, nestes fins de semana breves em que o habito e penso que a minha mãe se enganou. Na secretária do computafor vejo, a saber: um pacote de leços Cien; uma máquino fotográfica digital, com respectiva bolsa e pilhas suplementares; canetas normais e de acetato; um cd sem caixa (Robbie Williams... hum...); um talão de compras da FNAC; uma carta da faculdade; um carregador de telemóvel; um pack de 6 ganchos para o cabelo; dois postais recebidos do Postcrossing; o cartão como o meu nome que devo usar no emprego; um saco da farmácia; 15€ em dinheiro e uma base de copos que me entregaram ontem, vinda de Newcastle (tem escrito a lápis 'Hey Marisa').

Depois o caos multiplica-se pelo resto do espaço. Na cadeira amontoa-se a roupa já usada. Há vários pares de chinelos pelo chão e uma montanha de roupa lavada e passada à espera de ser guardada. Há o saco que normalmente leva o meu almoço e a minha garrafa de água de estimação. O jornal está aberto, espalhado pela cama que está desfeita e revolvida. Encostada a um canto está uma folha de cartolina que comprei há tempos e já nem sei a que propósito. Multiplicam-se os CD-R, gravados e por gravar, em caixas, em rolos, acumulam-se junto do leitor de cds e do leitor de mp3.

Respirei fundo. Afinal a minha mãe enganou-se: continuo Senhora da minha desarrumação!

[Tudo ao som do senhor Bowie, a quem estou decidida a descobrir. Talvez esta fosse uma banda sonora mais adequada a uma qualquer actividade mais sensual mas é fim de semana e o caos tomou conta do espaço:) ]

agosto 11, 2005

Pois a minha vidinha nos últimos tempos não variou assim muito, não deu nenhuma cambalhota (ainda bem, acrescentaria eu) mas estava 'presa' em Lisboa. Primeiro, porque queria ir à praia com o D., depois chegaram os meus pais e 'tive' que ficar e depois mais um fim de semana... Já nem sabia o que era conduzir durante duas horas seguidas e chegar cá e as noite serem iguaizinhas ao que eram há muito tempo. Hum.

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O tempo não se decide. Tão depressa estão 42 graus como 25 e uma pessoa assim fica confusa, adormece destapadinha e depois a meio da noite, de olhos fechados, lixada por estar com frio, desfaz a cama toda e procura ficar quente. Mesmo eu, que sou adepta incondicional do Verão, acho que já estou (secretamente) a desejar aquele Outono fresco e cinzento (sim Pollie, esse Agosto de Berlim já dava jeito cá...), que convida a ficar em casa. E depois toda a gente saber que é uma tremenda chatice ter o país todo a arder e os velhos todos a sofrer de hipertermia e, chatice das chatices, ter todo o país a discutir, pela enésima vez, de quem é afinal a culpa. E depois, de repente, em pleno Julho, começa-me a chover. Fico desorientada.

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Vi uns quantos filmes neste tempo todo (viva o cartão King!) mas nem todos dignos de nota, ou pelo menos, de nota positiva. Vi a 'Guerra dos Mundos', um filme que me assustou muito porque já perdi a conta às vezes que sonhei com o fim da Terra como a conhecemos. Não foi preciso sangue, nem um espírito maligno, só destruição da boa. Depois também vi o 'Sinais Vermelhos', aclamado por muito boa gente mas que não me agarrou nem um bocadinho. A história do preso a monte enfiada na relação dos protagonistas só para lhes salvar a relação foi um bocadinho demais para mim. Vi o 'Nine Songs' que, pornografia à parte, é uma valente bosta. Fui vê-lo numa sessão especial, com direito a debate no fim: um João Lopes (crítico de cinema) certo mas secante, um Pedro Mexia (escritor) a acabar com a seriedade que se podia esperar do debate e uma sexóloga (!) brasileira (!!) que estava completamente deslocada e cujas opiniões podiam ter sido lidas num qualquer número da Ragazza. Em resumo, um filme muito mau que não merecia metade da importância que lhe dão. O último que vi foi o 'Orlando Vargas', filme com uma fotografia bestial e cenários deslumbrantes mas que me fez sair da sala e perguntar 'Mas que raio queria o realizador demonstrar/contar/filmar?'. Tive pena.


E depois recebi o primeiro ordenado (ou parte dele...) e fiz-me de consumista e enfiei-me no Atrium Saldanha, na Birkomania e comprei mais uns Birkenstock. Pronto.
Adivinhem lá quem é que já tem bilhete para isto... [assobia]

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[who th fuck is Jimmy Chamberlin? É o tipo dos Smashing Pumpkins?]