julho 31, 2006

Depois de uma noite (muito) mal dormida; de engolir só uma salada fria; de lanchar com os bosses da Alemanha; de 8h e meia de trabalho; de 3h de formação pós-laboral; de voltar para casa, para (nada mais, nada menos!) uma lasanha congelada; de olhar-me ao espelho e empalidecer com o tamanho das olheiras e o aumento progressivo dos cabelos brancos só há uma coisa que me impede de gritar (até rebentar os pulmões) e enfiar-me debaixo dos lençóis. Chama-se The Avalanche e é o novo álbum do Surfjan Stevens.


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julho 28, 2006

Da preguiça

Hoje subi a Fontes Pereira de Melo à pressa. Tentava andar ao ritmo da música que ia ouvindo, cruzando-me na rua com todos os yupies de fato igual, perfume igual, óculos a tapar metade da cara e cabelo a roçar as sobrancelhas. É como se estivesse fora do meu ambiente, trabalhar em plena City de Lisboa. Ele são os tipos das consultoras, os CEO (o que quer que isso queira dizer) das telecomunicações. E eu, um mero peão no tabuleiro. Mas, dizia eu, subi a Fontes Pereira de Melo e pensei na preguiça que me tem atacado nos últimos tempos. Ou do calor ou duma letargia que ainda não sei identificar. Porque ela ataca em todas as frentes, a saber:


- preguiça para acordar.
Nunca costumo ter, levanto-me assim que o despertador toca. Mas ultimamente não me consigo levantar sem primeiro hesitar, depois espernear (mentalmente) e depois, finalmente, pôr os pés de fora ainda de olhos fechados.


- preguiça para cozinhar.
Odeio mas odeio mesmo cozinhar para uma pessoa. Nunca há aquela tentação de fazer um prato bonito ou diferente. É só despachar e pronto. Umas massas, uns rissóis ou comida de plástico. Daquela que nem vai para o estômago, vai direitinha para as ancas. E depois choro e choro... OK, não choro mas devia.


- preguiça para ler.
Além do livro que tento acabar há uma eternidade (ainda que sejam 800 páginas de draculices e afins), acho que já perdi a conta aos Y que tenho atrasados. Só que não consigo deixar de comprar o jornal. Eles lá vão amontoando na mesa e eu olho para eles, a medo, e juro que amanhã começo a pôr tudo em dia.


- preguiça para ir ao cinema.
Não é bem preguiça. Ok, é preguiça mas também medo das pessoas que vão ao cinema. Umas falam o filme todo, outras não se assoam o filme todo, outras batem os pés, nervosamente, como os coelhos, outras levam sandes e divertem-se a rolar o bolo alimentar com a boquinha aberta. Eu sei que sou esquisita mas só pedia para, pelo menos uma vez, ver um filme em silêncio. Total. Absoluto.


- preguiça para viajar.
São três hora de carro e suor. São quarenta euros de gasolina. São 200 kms intermináveis e secos e cheios de atrasados mentais ao volante. São noites mal dormidas e tempo curto para tudo. Tá bem que também são amigos, família, as médi(c)as a 0,90€, as noites na torre, quando o escuro já vai alto. Mas não apetece.


E agora chega, que também já não me apetece escrever.

julho 27, 2006



Eu e o R. este fim de semana, em casa da T.
(grande) fotografia do Z.


Já que estamos numa onda de 'Gosto disto e gosto daquilo...' gosto do R. Conhecemo-nos há26 anos (fez este Domingo!) e somos irmãos. De porta pelo menos, já que de sangue temos as nossas irmãs. E é fixe porque é, talvez, das pessoas que melhor me conhecem. E eu gosto dele mesmo depois de tudo o que já aconteceu, das cabeçadas que já demos os dois, daquela vez em que ele me quis bater a sério :P Só não gosto quando tenho que o levar em ombros para um sofá e quando ele me deixa a pé... Mas isso faz parte :D


(tudo porque o Z. nos apanhou num momento de discussão, enquanto eu o elucidava da quantidade de bifanas necessária para treze pessoas.)

julho 26, 2006



Principalmente porque ela é gira. E depois porque se licenciou hoje!
Gosto de ti (L)
Someone that cannot love


Não sou assim grande coisa a lidar com a dor. Ninguém é, claro está, mas eu só sei de mim. Acho que já a trato por tu, se bem que agora não tem aparecido por aqui - mérito meu, que me fecho em copas e à defesa tenho um jogo impecável. De uma vez, acompanhou-me durante três anos. E como esgota qualquer um com a sua companhia, deixei-me ficar deitada até não conseguir mais adormecer.


Mas reconheço à dor a maior das virtudes: levar-me direitinha de volta a casa e fazer-me crescer. Nunca me vou esquecer do abraço firme do meu pai, mesmo depois de lhe contar todas as mentiras em que vivia há anos. Aí partilhámo-la. A dor, claro. Também não esqueço a viagem que pai e mãe fizeram, de madrugada, para me recuperar, com medo que os abandonasse. Desta vez de vez.


Portanto, quando penso na dor, penso principalmente no número de vezes que ainda a vou sentir. Mais ou menos letal, mais ou menos desesperante, ela voltará. Mas eu acho que já não tenho medo. Só tenho que fechar o golpe outra vez. E outra. E outra. Até já não doer mais.


[mesmo que ela tenha adormecido em mim]

julho 22, 2006

Não quero crescer. Não quero ser grande, ter casa, trabalhar, pagar contas e pensar em filhos. Não quero comportar-te como uma mulherzinha, não quero ser adulta, não quero que chegue o dia em que me deixo de ver como uma criança. Não quero ter que usar saltos altos só porque as senhoras se calçam assim e começar a comprar roupa que me dê um aspecto sério e distinto. Não quero ver aqueles filmes de acção ou de romance que todos vêm, porque realmente, depois de uma semana de trabalho, a quem é que apetece pensar? Não quero deixar de ter brincadeiras que só a minha irmã percebe, não quero não dormir por causa de dinheiro. Não quero endividar-me para a vida inteira e sonhar com notas e ter que fazer contas para ver qual é o supermercado mais barato. Não quero pensar que não posso ter filhos porque não tenho dinheiro e só poder brincar com os filhos dos outros. Não quero que chegue o dia em que equaciono mudar-me para os arredores porque não consigo pagar a renda e, afinal de contas, demorar duas horas a chegar a Lisboa até nem é muito. Não quero ter medo de hipotecas nem quero hipotecar as minhas férias. Não quero escolher o Algarve em pleno Agosto e pedir licença para poder esticar a toalha.


Só queria (hoje ou, pelo menos, durante os próximo minutos) enfiar-me muito devagarinho debaixo dos lençóis do meu quarto de sempre, ouvir os meus pais a falar na sala e pensar que está tudo bem. Por momentos esquecia a decisões, as responsabilidades e voltava a ser a criança inconsequente e imaculada de sempre.

julho 19, 2006



Oh méne! Será que me aguentava, levantando-me às seis da matina?
[damn]


Nestas noites quentes sento-me no terraço.

A ouvir as vozes dos vizinhos.

Esqueço que estou sozinha.


Os meus pais foram-se embora hoje, depois de duas semanas em Lisboa, levando com eles também a minha irmã. Fiquei, portanto, sozinha. E, como tantas outras vezes, não consigo decidir se me sinto bem ou se, pelo contrário, já sinto a falta deles. Estiveram cá a passar férias (a vida não está, realmente, para brincadeiras) e agora voltaram a Portalegre.

Às vezes temos grandes discussões, especialmente quando estamos todos juntos em Lisboa. Eles não percebem que, depois de 9 anos a morar sozinha, já me custa que interfiram nos meus hábitos. É óbvio que quero que eles possam dispor da minha casa e possam fazer aquilo que lhes der na real gana. Mas ao mesmo tempo gosto de me manter fiel a hábitos, ou melhor, à falta deles. E por isso, quando às vezes respondo mais torto ou com menos entusiasmo, isso não significa que não goste deles ou que me estejam a incomodar. Só que já sou independente há demasiado tempo. Vim para Lisboa aos 17 anos e, desde aí e ainda que não financeiramente (até agora), sou uma pessoa independente. Portanto, faço o meu próprio pão (ideia é uma cortesia deste moço), lavo a louça só DEPOIS de ver os Friends e tenho vinho em casa que, provavelmente, nunca vou abrir. Mas gosto deles na mesma. Muito.

E depois sobe-me a parvoíce toda a cabeça. Há duas coisas que faço de imediato quando fico em casa sozinha: ligo a música em altos berros e falo sozinha enquanto estou a cozinhar. O tipo de música depende, obviamente, do estado de espírito: desta vez foram os Chemical Brothers, porque tenho muita energia para gastar e porque acho que a vida nem me trata muito mal. Já houve vezes em que só queria sentir-me ainda mais miserável mas isso são outras conversas. E depois, apesar de não me considerar uma faladora nata, sinto falta de ter alguém com quem conversar e, por isso, falo com pessoas que invento enquanto estou na cozinha. E, meus amigos, nessas alturas sou uma pessoa muito mais confiante, irónica e muito, muito mais sorridente.

De isto tudo concluo uma coisa muito simples: que não fui feita para estar sozinha e muito menos fui feita para estar acompanhada. E enquanto me movimentar nesta ambiguidade estou feita ao bife: não deixo ninguém entrar e não autorizo ninguém a sair. Bah.

julho 18, 2006

AAARGH. Odeio ser sensível a musiquinhas dos The Corrs. Humpf.

julho 17, 2006

A sala estava tão longe de estar esgotada, de estar cheia sequer. Ocupámos os nossos lugares bem em frente ao palco, num dos únicos concertos que vi sentada, completamente concentrada no que estava a ver e ouvir em vez de estar a pensar se era esmagada por alguém ou a amaldiçoar o meu metro e sessenta e três. Acho que não estava verdadeiramente preparada para aquilo que ia ver e ouvir: a voz de Jon Birgisson é tão límpida e invulgar como nos discos. E, se fechasse os olhos (como fechei), conseguia imaginar que estava outra vez deitada no meio da minha sala. Só que desta vez as batidas descompassadas do meu coração confundiam-se com o ritmo destas melodias enfeitiçantes.


E depois bem quis conter as lágrimas. Mas acho que só quis contê-las durante os primeiros segundos: percebi depois que mais valia lavar-me das memórias, deixá-las mais uma vez virem à superfície. Deixei-as correr, profundamente tocada pelo volume e delicadeza da música. Como num videoclip, passaram-me à frente tantas imagens, tantos momentos felizes, tantas coisas de que sinto falta. No final, com uma sensação de profundo alívio, só queria que me tivessem abraçado com muita força e dissessem que um dia vai deixar de doer.

julho 15, 2006


Esqueçam as vossas noções mais básicas de geografia. Esqueçam o que sabem ainda dizer sobre a pluviosidade, formação de nuvens ( eu adorava os cumulunimbus) ou sobre a amplitude térmica. Portalegre já está na linha do Equador. Só assim é que se explica que tenha chegado ontem a Portalegre, depois de atravessar o país em direcção ao interior com o Sol sempre como companheiro, e ter assistido a uma das maiores trovoadas dos últimos tempos mas com uma temperatura a rondar os 40º. OK, talvez na linha do Equador as temperaturas sejam mais mansinhas. E além disso há sempre a vantagem de haver praias de água transparente e moços que nos abanam enquanto estamos nas redes a beber um cocktail muito alcoólico às cores. Pronto, mas continua a ser giro trocar os óculos de Sol por umas galochas.

O chegar a casa não trouxe, de todo, boas notícias. Recebo o último recibo do trabalho no call center e vejo que fui absolutamente roubada. Que fui roubada às claras e que, a esta hora, aquele pessoal se está todo a rir às minhas custas. Eu já sabia que aquele trabalho era merdoso, nunca ninguém me obrigou a aceitá-lo. Mas trabalhei sempre como se fosse o melhor do Mundo, esperando honestidade do outro lado, o que acho que é o mínimo que uma entidade patronal pode oferecer. Mas nem a isso tive direito e lá se foram algumas das minhas convicções: de que quando se trabalha deve trabalhar-se a sério; que adoptar um estratagema para roubar a empresa ou trabalhar menos é apenas ser mais um incompetente português; que não devemos fazer aos outros o que não esperamos que nos façam. Mas só me abalaram por uns minutos: respirei fundo e resolvi, mais uma vez, trabalhar com toda a isenção para que possa, pelo menos, deitar-me todos os dias sem problemas de consciência.

Mas rapidamente se esfumaram os problemas. Há tantas coisas boas para fazer quando se vem a casa: discutir cena a cena do Donnie Darko em frente a 4 ou 5 médias; mexer no meu bebé preferido e desenhar-lhe muitos touros com farpas incluídas e ouvi-lo dizer 'Maíja, fica aqui cumigo!'; comer caracóis com amigos e falar sobre o futuro, as responsabilidades e as viagens de um (:P); comer em casa das avós, que aproveitam o facto dos meus pais estarem de férias para nos encherem o prato, o copo e os bolsos.

E além disso, como posso eu ser uma pessoa infeliz?


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julho 13, 2006

Eu: Epá, tu és demais. Ou Floribella ou Morangos com Açúcar. Será que podemos ver um canal normal?

Irmã: (Risos) OK. Agora mudo para aqui, que até te lixas. (muda para a TVI)

Eu: Mas isso é o que tu vês todos os... (engole em seco).

Irmã: É uma corrida de touros! Com Ganadaria da Herdade da Pégora e...

Eu: (engulo duplamente em seco e agarro-me ao pc)...
A ter algo parecido com um saco de boxe, quero que seja uma réplica da Maria João Avillez, essa querida com voz de bagaço, cabelo ensopado em laca, incapacidade em conduzir uma entrevista de forma calma e parcial e uma arrogância sem limites.


[A voz de bagaço também a tenho. Mas não partilho dos restantes predicados. Ahem.]
Ainda estou na mesma casa em Lisboa mas podia igualmente estar num país tropical: o calor que está dentro de casa deixa toda a gente mole e disputamos os lugares vazios para as sestas, estou a suar constantemente como nos meus dias mais fracos de ginásio. Durmo com a minha irmã no quarto e com mais umas amigas, cuja principal ocupação é zumbirem nos meus ouvidos e sugarem-me o sangue (sempre disseram que era por ter um sangue docinho e eu ficava contente mas também neste campo estou a atingir os limites da minha tolerância...). Já não há pijama ou camisa de noite que me aguente e ainda tenho a infelicidade de ter o edredon na cama. Como é que nós vivíamos antes do ar condicionado? Com ventoinhas, eu sei, mas tenho uma a funcionar constantemente na sala e, francamente, até é pior: há um je ne sais quoi de tortura neste vaivém de ar fresco (?). Ver o Friends é também uma tortura, das mais rebuscadas mesmo, sentada num sofá velho, cuja cobertura parece de veludo (e cheio de roupa velha de alguém onde devia estar uma cama...).
E depois deste calor todo, ainda tenho que me debater com um ataque de indecisão daqueles feios. Estou quase a chegar à fase em que tenho que usar uma folha de papel para decidir. Primeiro, foi decidir se ia a Portalegre ou não. Eu sei, eu sei, que raio de pessoa sou eu que preciso de ajuda a tomar uma decisão destas? Mas depois de me mortificar a pensar, resolvi ir. Mas só porque a minha avó caiu e é capaz de precisar da minha disponibilidade.


E há depois a questão do concerto de Domingo... Esta semana comprei o bilhete para Pearl Jam, mesmo sabendo que vou ver o concerto sozinha. Não me ia perdoar se não os visse outra vez. Mas os Sigur Rós* também vêm no Domingo e ainda não consegui perceber se consigo ou não (o que é o mais provável) sentar-me no Pavilhão Atlântico sozinha, de olhos fechados e lágrimas a forçar a sua saída. Argh. Há altura em que odeio tomar decisões.


*numa altura estranha da minha vida, chegava a casa às sete da manhã, depois de demasiadas cervejas e boa conversa e deitava-me na alcatifa, bem no meio da minha sala, a ouvir o ( ) em altos berros. Tinha os olhos fechados e era bom.

julho 12, 2006

Wise words

Há muito tempo que me sinto assim.

My mind is dirty and my body is clean
My mind is dirty and my body is clean
I can't explain why I feel so mean.

julho 11, 2006



Foi ontem que me despedi deles todos. Enquanto o meu pai maldizia o David e o Keith, a minha mãe, mana e eu estávamos coladas à televisão, a tentar fingir que o fim não ia chegar. Episódio negro, negro mas com um final que eu preferi interpretar como sendo de esperança. Gostava de não ter que lhes dizer adeus.

[Por isso comprarei as duas séries que me faltam. Para matar as saudades.]

julho 10, 2006

Eu tenho um problema muito grave. Mas mesmo muito grave. É assim uma coisa que me transtorna e às vezes penso mesmo que preciso de ajuda. Acho que tenho uma doença qualquer do foro psicosomático (que eu não sei exactamente o que é mas que parece ser uma palavra adequada a estas coisas): não consigo lidar nada, mas nada, bem com os tiques e manias das outras pessoas.


E porque é que eu me lembrei disto? Bem, primeiro porque não consigo evitar reparar onde quer que vá que a maior parte das pessoas são irritantes. Pronto, eu não sou a melhor pessoa para falar porque, no geral, não gosto de pessoas. Mas sei lá, vou no metro às 7 da manhã e não consigo não reparar naquela senhora que piscas os olhos em ritmo drum'n'bass. Ou no homem que funga 3 vezes, pára, funga mais 3 e por aí fora, até ao limite da minha tolerância. Mas, e em segundo lugar, porque a gaja que se senta ao meu lado no trabalho tem 3 tiques distintos e eles surgem sempre pela mesma ordem: faz balões minúsculos constantemente com a pastilha que constantemente mastiga, retira a sujidade que está debaixo das unhas com muito esmero e coça os cotovelos, enquanto olha atentamente para eles.


E, o que para a maior parte das pessoas é normal, a mim irrita-me profundamente. Eu torço-me toda na cadeira, olho para ela para provocar o máximo de desconforto possível e nada. Nadinha! Ela lá continua a sua vidinha, a mascar a pastilha, a rebentar 3465478 balões e a perturbar-me. A única solução que encontrei está cheia de efeitos secundários. Ligo o Ipod quase no máximo mas, à pala disso, já estou a ficar quase surda e é chato, porque nunca respondo à minha chefe ou à alemã que nos está a dar formação. Já tentei mudar para outro computador mas não dá; tentei colocar um monitor entre nós as duas mas continuo a ouvir aquele estalar. Parece que mais ninguém se incomoda, damn. Resta-me sonhar com uma morte lenta e dolorosa, para ela aprender que é feio brincar com os nervos de uma pessoa normal. Ou então e se eu tentasse mascar a pastilhas mais alto que ela?... Argh.


Aya Bistrot, ontem ao fim da tarde

[Só porque sim. Porque é bom comer no japonês e depois ir ao cinema ver filmes com fins tristes/incompreensíveis/inesperados. Porque ela é tão gira e nunca ninguém diz que nós somos irmãs. Porque hoje é um dia feliz e, como sempre, ela estava lá. Ela que não se preocupe: não penso casar nos próximos tempos...]


julho 09, 2006



modo [Verão] activado
[Post atrasado]


É a primeira vez em algum tempo que não sinto qualquer simpatia por nenhuma das selecções finalistas de um campeonato do mundo. Às duas equipas, uma de argelinos carecas e outra de cro magnons com cabelo empastado em gel, não desejo rigorosamente nada. Apenas que percam as duas.


[O careca-mor já marcou o penaltizinho da ordem. Bah.]

julho 08, 2006

"When all of this music sounds like you know what you want to say, then it will have been of all worth, ever. You will be something complete into yourself, present and unique.", Jeff Buckley (25/08/96)


Era sexta feira e estava sozinha em casa. Não estava em nenhum bar a beber a cerveja que me competia. Não estava em casa de amigos nem de familiares. Simplesmente estava em casa, sozinha numa noite quente de Julho. Não tinha vontade de sair nem de esbarrar com multidões no Bairro Alto e muito menos de ser incomodada (vulgo, apalpada) na rua da Rosa ou noutra rua qualquer. Não me apetecia ter que voltar a casa dentro de um táxi a cheirar a tabaco, a ouvir a rádio Capital ou a Romântica FM, enquanto se ouvia a menina da central de táxis a descompor um outro taxista que se recusava a ir buscar um cliente a casa.Não queria beber até não me lembrar de mais nada, não queria chegar a casa e comer e não me lembrar o quê no outro dia quando acordo. Agora que provisoriamente partilho o quarto com a minha irmã, não me apetecia chegar a cheirar a cerveja, a tropeçar na cama e derrubar os perfumes e demais porcarias que estão na mesa de cabeceira.

Por isso, fiquei em casa, sozinha e cheia de calor, a ver episódios de Lost e a organizar os mp3 que quero enfiar no meu menino (aka, ipod). Coisa puxa coisa, tiro cd, converto cd, arrumo cd e dou de caras com uma pérola da minha adolescência (?). Encontrei numa pasta perdida uma das coisas que mais me inchou o ego, que mais me fez (faz) corar, que mais me orgulhou, que me deixou assim um calorzinho na barriga (não são borboletas). Há muito tempo atrás eu tinha quem escrevesse canções para mim: canções todinhas inspiradas no nosso amor iada iada iada e na maneira como nos fazíamos felizes e essas coisas que o meu pragmatismo agora não me faz procurar. E, talvez obviamente, ainda hoje a ideia de que aquilo foi feito a pensar em mim, esta ideia de exclusividade ainda me faz sorrir. Mesmo que a canção hoje pareça uma tolice, que a letra seja fraquinha. É só porque se há coisa que me faz derreter é uma musiquinha assim delicodoce, cheia de rendilhados românticos. Só assim se explica gostar dos Goo Goo Dolls ou do John Mayer. Pois confesso. Se há coisa que me faz puxar a lágrima é a 'Iris' e isso acontece especialmente porque já me aconteceu tanta coisa ao som desta pérolazinha do sentimentalismo... [suspiro]


Também há mais coisas boas que podem fazer por nós, como um poema ou uma compilação. Só que a música era mais fácil de ilustrar. E quanto a músicas escritas a meias... Bem, isso fica para um outro capítulo.

AQUI!

julho 04, 2006

O meu menino (ou uma razão parva para deixar de postar)

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Finalmente. Eu hesitei, eu tive um na mão e desisti, encomendei mais que um pela net mas arrependi-me sempre. Comparava os preços, as capacidades e desistia quando chegava à parte em que tinha que pagar. Mas não consegui. Desta vez, fechei os olhos quando estava na caixa da Fnac e dei o cartão rapidamente. Doeu menos, soube melhor. Não sei o que devo fazer com tanto espaço e não me canso de olhar para ele. Chamem-me consumista ou parva por gostar tanto dele mas, afinal, ele é o meu menino.

[Quem é vivo sempre aparece!]