Nada como um Domingo passado quase inteiramente fora de casa, aproveitando um dia que, se não fosse o ar gelado sobre Lisboa, podia ter sido de Primavera. Uma das vantagens de ter um despertador chamado Vicente é que quase somos obrigados a aproveitar melhor o nosso tempo livre, garantindo que ele está entretido e que nós ainda vamos tendo vida social. É claro que, algures durante a semana passada, eu tinha sonhado em ficar de pijama o fim de semana inteiro, sem sequer saber se estava frio lá fora e alternando apenas entre a cama e o sofá. Eu sonhei com isso, acho eu. Mas enfim, é aproveitar que esta semana há mais um dia livre e não abrir nenhum jornal ou revista para não correr o risco de encontrar mais alguma coisa que gostasse de fazer. Hoje estivemos aqui e aqui e, se o Campo Grande via já bastante movimento de turistas, a fila para os pastéis de Belém era absolutamente irreal e não foi difícil esquecer-me que queria mesmo comprar meia dúzia. Também aprendi uma coisa: nunca, mas nunca, sair sem uma chupeta na mala. Ou isso ou os tímpanos furados com tanta gritaria, a jóia do cachopo. De resto, e como já dizia o malandro do Raúl Solnado, cá em casa tudo bem.
novembro 28, 2011
novembro 24, 2011
(Eu não queria falar com isto mas ando com este assunto entalado na garganta e por isso vou dizer de uma vez: estou farta de mulherzinhas. Não é uma questão de género porque também conheço homens que são mulherzinhas sem sequer o sonharem. Estou cansada desta gente que acorda cansada e para quem tudo na vida é apenas uma soma de canseiras com fretes e mais obrigações. Gente que nunca está contente com as temperaturas, ora porque está muito frio, ora porque sente muito calor. Gente sem o mínimo brio profissional, sem qualquer vontade de ser melhor de apostar em si para no fim deixar sempre a culpa para os outros. Gente incapaz de ver the bigger picture, perceber que nem sempre o que vemos é o que parece, compreender que todas as histórias têm dois lados. Gente que não admite qualquer alteração ao tom de voz dos outros mas adora destratar pessoas por dá cá aquela palha. Gente que terá sempre, sempre uma palavra de descontentamento não importa sobre o quê, gente incapaz de aproveitar as pequenas coisas boas da vida, preferindo engolir tiradas atrás de tiradas de veneno. Gente que acha que tem apenas direitos e não deveres. Gente que faz tudo apenas por fazer, sem procurar um sentido último nas coisas. Gente que diz que sim mas que não entende verdadeiramente o conceito de karma. Gente que acha que ganha uma miséria mas que trabalha muito menos que isso. É difícil conviver com gente assim, especialmente quando elas se multiplicam por todo o lado. Mas é por elas que eu, quando me ouço a ser assim, páro uns segundos e me impeço de continuar. É preciso ter cuidado: ser mulherzinha é contagioso.)
novembro 23, 2011
(I bet that I look good on the dancefloor)
Isto ainda vai dar mau resultado. Há muito tempo que ando a sonhar com isto precisar disto. Era jantar numa tasca qualquer, de preferência com comida e vinhos portugueses. Depois, seguir para o Bairro Alto e alternar entre as ruas com menos gente e sítios com cerveja barata. Conversar muito, esquecer-me do tempo, do frio, das dificuldades dos últimos tempos. Flirtar com o homem da minha vida, como se ainda fosse este o início. Descer aos Poiais de S. Bento sem pressa e dançar no Incógnito até que as luzes nos dissessem que o dia tinha chegado. Fazer a pé o caminho para casa, parando em frente a montras de talhos, escadaria da Assembleia e mercearias com bananas amarelinhas à porta. Ouvir o nascer do dia à entrada do jardim da Estrela e dormir, finalmente, sem preocupações nem deveres marcados. Se me apanho numa pista de dança, não respondo por mim.
novembro 15, 2011
novembro 14, 2011
(Esquecer-me de tudo o resto)
Eu afasto-me daqui para não repetir lamúrias e para não espalhar ainda mais o desespero que às vezes me ataca. A vida tem ficado cada vez mais difícil nestes últimos meses e às vezes ainda me custa a aceitar tantas dificuldades. Claro que às vezes desço à terra e, depois de ver gente com verdadeiros problemas, quase tenho vontade de me esbofetear e fico envergonhada por me deixar ir abaixo quando as coisas importantes da vida nunca nos abandonaram.
No fim de semana passado, encontrei uma antiga professora. Foi uma surpresa tão agradável, ela tão espantada por me ver tantos anos depois, eu contente por podermos trocar dois dedos de conversa. Mas o importante foi uma coisa que ela me disse sobre os tempos em que vivemos: é preciso relativizar as coisas más e valorizar as coisas boas que nos acontecem. Pois então, vamos a isso: o bebé Vicente deu os primeiros passos neste Sábado! Agora já se interessa por brinquedos (um bocadinho) mais elaborados e está muito meiguinho mas o que importa é que deu os primeiros passos, quase correndo em direcção ao pai. E é verdade que nestes minutos em que ele vai cambaleando tudo o resto deixa de existir e só eu sei como precisamos disto neste momento.
E, de vez em quando, regresso à terra e só não agarro nos meus para fugirmos porque enfim, ainda há aqui muita cobardia e falta de um projecto a sério. E quase rezo todos os dias para que as coisas não piorem (ainda, cada vez mais).
novembro 06, 2011
Diga trin-ta-e-dois!
Fazer anos quando já se tem um filho é estranho: é como se me revisse neste pequeno gorducho que grita pela sala fora. Há trinta e dois anos tinha já dez horas de vida e iniciava um percurso de anos sem dormir à noite mas a fazer as delícias da família toda. Nesta fotografia pareço um nadinha aborrecida mas pelo menos os meus pais estão em grande estilo :) Não planeio festejar mas Parabéns a mim, nascida no último ano da belíssima década de setenta e escorpiona com muito orgulho!
novembro 05, 2011
Pequenas (re) conquistas
Um ano já passou e não tem sido fácil. Parece que há quem tenha bebés mais sossegados e a precisar de menos atenção e, consequentemente, mais tempo para outras coisas. Nós nem por isso e não me estou a queixar: ainda consigo perceber que há crianças mais agitadas e que nem gostam de comer e que odeiam relacionar-se com estranhos, eu sei disso. Mas só falo do impacto que as nossas vidas necessariamente sofreram com a chegada do terceiro habitante lá de casa.
Escusado será dizer que estamos loooonge da agitação e sensação de desorganização de há um ano atrás. O bebé Vicente já não depende tanto de nós e, como já brinca sozinho, já se consegue entreter sozinho durante uns minutos. Está a ser difícil pô-lo a andar mas cada criança tem o seu próprio ritmo e, afinal de contas, ele é filho de dois alentejanos: é um miúdo sem pressa!
Lentamente tenho conseguido retomar actividades que já me faziam falta. Terminei esta semana o primeiro livro desde que ele nasceu (estava a gostar muito mas o cansaço atacava normalmente de tal forma que nunca conseguia despachar mais de uma página ou duas). Comecei a escrever à mão, usando o diário dele como desculpa e tentando organizar também as minhas memórias. Já consegui um ritmo no trabalho que de vez em quando me deixa ouvir música, por isso tenho-me voltado para as coisas novas. Saindo tão cedo, consigo organizar melhor o meu tempo e voltei a cozinhar mais vezes sem que isso implique gastar muito tempo concentrada na cozinha. Filmes e séries ainda tem sido muito de vez em quando mas é coisas que tem tendência a melhorar. Estou bastante pró em passear pela casa, em jogar com bolinhas, em fazer jogos de encaixe e em passear um bebé pela cintura. Às vezes gostávamos que as coisas voltassem ao normal mais depressa mas temos que ser pacientes. Até já sonho um dia voltar a dormir uma noite inteira...
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