Isto de trabalhar é muito giro mas se lhe juntarmos um filho de vinte meses, uma casa para cuidar e muita vontade e possibilidade de passear, então é fácil perceber como estou tramada. Atenção: esta não é uma queixa, antes a constatação já repetida que o tempo não chega para tudo o que eu gostaria. Tenho, por exemplo, umas ideias de bricolage para o bebé Vicente mas nem isso ainda consegui pôr em prática.
Há dois fins de semana recebemos visitas muito esperadas de Bruxelas! A viagem é curta, nós já tínhamos lá estado e esperávamos agora que nos retribuissem a visita. Aproveitámos para passear pelo centro da cidade, para almoçar num restaurante típico luxemburguês (maravilhoso: perdido numa rua facilmente confundida com um caminho rural, com um velho e sonoro soalho de madeira, flores de plástico em cada mesa, velhinhos bem postos falando baixinho e um riacho a correr à janela!) e para passearmos em plena floresta. Conseguimos comer sempre bem nesse fim de semana e ainda comemorar os feitos profissionais daquele e deste lado da fronteira.
E neste fim de semana resolvemos ir até Berna. Planeámos com alguma antecedência, pegámos no carro e fizemos os quatrocentos quilómetros tranquilamente. Gostámos muito da cidade mas (como em todo o lado nesta zona da Europa) está sempre tudo fechado a horas impróprias. A cidade não é tão limpa como eu pensava que todas as cidades suiças seriam mas está estupendamente conservada. Adorei o Aar e a sua corrente quase demoníaca que os habitantes aproveitam para contornar a cidade sem esforço, o jardim zoológico à beira rio cheio de gente a passear debaixo de um céu e calor de trovoada. Também aproveitámos para ver amigos e passar um dia óptimo com eles e a sua varanda inacreditável! Vi o maior parque relvado de que me lembro, com um relvado natural e em plena montanha, cheio de famílias, cestas de piquenique e grelhas de barbecue. Aí também tive direito à aterragem dum helicóptero de socorro e ainda ao maior ataque de alergia de sempre: parecia que as árvores e a relva tinham tirado o dia para me atacar.
E agora? Agora suspiro por um fim de semana sem planos. Por agora, só estar era bom. Isso e arranjar alguém que me viesse cá tratar da roupa!