outubro 15, 2014

À segunda

À minha frente, duas colegas de trabalho (uma delas com o pequeno bebé de seis meses ao colo) falam sobre as maravilhas da maternidade, tendo ambas sido mães há pouco tempo atrás. Estão a comentar como tem sido, se eles dão muito trabalho, se comem e dormem bem, se têm muito cabelo. Eu, no silêncio que envolve o resto do escritório, sorrio candidamente, com aquela sensação estúpida de que tenho todas as respostas às dúvidas delas. É claro que não tenho, lembro-me enquanto as continuo a ouvir, como não as tinham antes as pessoas que me queriam bem e que gostavam de me aconselhar. É verdade que sinto que tenho uma ligeira vantagem sobre elas, na medida em que já passei por tudo uma primeira vez e que sei que não há fórmula mágica que nos valha, só muita preserverança, muitas tentativas-erros, muitas noites sem dormir e muitas tardes a desejar poder fechar os olhos.

Pensando nisto, gostava de ainda ter a mesma ingenuidade que elas parecem ter. Com um segundo filho, vem aquela sensação de familiaridade, de tranquilidade relativa de quem passou por um tornado de emoções e fraldas mal postas, de leite materno e leite em pó, de dentes que teimavam em não romper mas também das primeiras papas e sopas com e sem carne, dos primeiros passos meio a medo, do vocabulário que parece nunca mais terminar. Um pouco da magia já se foi, mas é claro que ainda pensamos no que aí vem, numa pessoa totalmente diferente, com a sua própria personalidade. Certo é que é muito fácil identificar aqueles desconfortos associados à gravidez, especialmente agora que começam muito mais cedo do que na primeira rodada.

E já agora, fica a novidade, para quem não o soube ainda: vem aí uma menina! Eu espero, sinceramente, que a minha médica não tenha nenhum problema de visão ou que o equipamento das ecografias esteja a funcionar com total nitidez. Não sei porquê mas sentia-me uma "fábrica de fazer rapazes", era mesmo uma coisa que me parecia real. No meu íntimo, gostava de estar errada e que agora pudesse experimentar a sensação de ser mãe de uma rapariga. A natureza fez-me a vontade e nesta imensa lotaria genética calhou-me exactamente aquilo por que todos esperávamos. Que continue assim, é o que desejo, e que venha com toda a saúde do mundo. Não posso é evitar sonhar com laços na cabeça, padrões floridos e todos os acessórios brilhantes!

4 comentários:

Helena Barreta disse...

Viva a menina e todo um mundo cor-de-rosa.

Dalma disse...

Marisa, acredita que intimamente estava a torcer por uma menina! E com ela, tal como dizes, a possibilidade de comprar vestidinhos com laços e rendas, guanchinhos para o cabelo e toda uma panóplia de coisas que só as meninas usam!
Já agora, hoje estive com a Sandra Raimundo, fomos tomar um café ao Alentejano e falamos em ti mas ainda não sabíamos a notícia.
Beijinhos

Ana disse...

Uma menina, uau! Muitos parabéns! E o nome, será internacional ou português? Felicidades

M. disse...

Obrigada, obrigada! Continuo à espera de outra confirmação, fico com medo que a médica seja pitosga :D em todo o caso, por enquanto cor de roda é A cor :D