Há cinco anos atrás, a esta hora exacta, estava a tomar um banho depois de ter passado a noite em claro. Estava cheia de contracções desde as sete da tarde e passei a noite a comer pêssegos em calda e a ver episódios do Family Guy. Sabia lá eu que já estava em trabalho de parto!
O meu Vicente faz hoje cinco anos. O meu bebé gordinho, com aquele sorriso gigante que lhe nascia nos olhos (e ainda nasce!); o meu bebé que tão mal dormia até ao dia, já no Luxemburgo, em que pediu para ir para a cama; o meu bebé quase sem cabelo que cresceu para se tornar o miúdo dos caracóis - cinco anos, caraças!
Andava a fazer a contagem decrescente já há muitos dias. Já tem aquela ânsia de ser mais velho, de crescer. E eu, mesmo sem a certeza de que me compreende, peço-lhe para não ter pressa, para deixar o tempo correr devagar. Também anda sempre à procura de impressionar os mais velhos, de fazer parte. Custa-me vê-lo a esforçar-se tanto, tão pequenino mas deixo-o seguir. É muito, muito afectuoso: vai a gritar pela rua fora quando o levo à escola sempre que vê os colegas, quer abraçá-los a todos, mesmo à força!
Gosta de brincar, de andar de skate, bicicleta e trotinete, de me ajudar na cozinha mas do que ele gosta mesmo é do universo Star Wars. Quando começa a cantar o genérico com o pai, quando os dois passam Sábados inteiros a ver os filmes da saga, quando vê as referências aos filmes em todo o lado. Antes comia muito bem, agora afasta tudo o que não seja carne, massa ou arroz! Adora nadar, correr e delira mesmo com a competição! Para ele tudo é uma corrida, mesmo quando vamos os dois só lavar os dentes e por isso não sabe perder: é o pior perdedor que já conheci!
O meu bebé já não é um bebé - é um menino que anda na pré-escola, que quer escolher o seu penteado e a roupa todas as manhãs, que iria para a escola sozinha se nós o deixássemos! É um menino que já pensa na morte, que sonha com meteoritos e que quer experimentar todas as actividades radicais quando crescer. Incluindo beber café... E, mesmo com as birras que parecem numa mais acabar, esta é a melhor idade dele. É tão bom poder conversar, argumentar, vê-lo pensar e desenvolver o raciocínio, fazer piadas! Preferia que o tempo passasse com metade da velocidade mas já se sabe como é: hoje eles têm cinco anos, amanhã já foram para a universidade!