maio 04, 2016

O futebol também ensina!


Nunca tinha pensado nisto até que estive com ele sentada, a colar cromos: uma caderneta é uma óptima maneira de aprender coisas!

Compramos-lhe cadernetas mais pelo prazer de as completar e de abrir as carteirinhas e ver se tivemos sorte ou, se pelo contrário, só nos saem cromos repetidos. Não é exactamente pelo nosso grande amor ao futebol: aqui em casa, vêem-se de vez em quando os jogos grandes mas nunca organizamos a nossa vida em função do futebol. (Quando vejo a doença com que os meus colegas gostam de bola, agradeço aos céus ter um marido totalmente neutro e ponderado mas isso já foi assunto de outro post!). Mas a verdade é que é giro completar as equipas e saber um pouco mais dos grandes campeonatos (do Mundo ou da Europa) que já passaram e dos que estão prestes a começar.

Então, esta semana levei umas carteirinhas para casa e sentei-me com o miúdo a colar cromos antes de jantar. Organizei-os primeiro e ia-lhe passando um a um para que os colasse e foi aí que percebi que é uma tarefa que obriga ao desenvolvimento de umas quantas competências: primeiro, os números - é preciso saber a ordem em que aparecem as equipas, entender números com um, dois e três dígitos, separar os que já são repetidos. De seguida, temos as bandeiras que ele adora decorar, juntamente com as pequenas fotografias sobre os monumentos mais famosos de cada país, que ele assume que já visitámos. Depois, vêm os nomes - não só ele tenta identificar a posição dos cromos pelos números mas também pelos nomes dos jogadores, comparando o que está no cromo com a caderneta e tentando, à maneira ingénua e atabalhoada dele, ler o que lá está escrito. Mesmo em albanês. E a verdade é que, à custa de tanta tentativa, já percebe algumas combinações de letras e consegue descobrir outras. E finalmente, ainda pode treinar a motricidade fina, enquanto descola os autocolantes e os cola o mais correctamente possível na caderneta.

O bom disto tudo é que, se ele realmente está a aprender alguma coisa, é unica e exclusivamente por sua própria iniciativa. Eu cheguei a estas conclusões por acaso, não tinha nenhum plano mirabolante para que ele retirasse isto tudo duma actividade tão banal. E esta sua curiosidade, sei-o hoje mais do que nunca, é o que realmente quero que ele nunca perca. Porque ser curioso e aberto ao mundo é meio caminho andado para o seu desenvolvimento saudável e para ir sempre mais longe. De certeza que aprender mais e mais lhe custará menos se ele mesmo quiser sempre saber mais.

1 comentário:

Dalma disse...

Aqui está a Marisa Mãe!