janeiro 15, 2006

Já me tinha esquecido...

de como é bom não ter absolutamente nada para fazer. Se é verdade que, ao fim de algum tempo, também cansa, também é verdade que não fazer nada está a cair em desuso. Arranja-se sempre qualquer coisa que precisa ser feita (arrumar a roupa espalhada no quarto, limpar qualquer divisão da casa, ler as últimas do jet-set (?!) português) para estragar este momento niilista. Durante uma grande parte da tarde, estive apenas deitada na cama, sem livros nem revistas nem música a sair das colunas roufenhas: só a estar. Estive a gozar a sensação impagável de não ter mais obrigações, de ser livre em minha casa, de conseguir esvaziar a cabeça de responsabilidades.


Depois de recuperar as leituras atrasadas, entregar os últimos trabalhos na faculdade, rever amigos e com eles beber as cervejas que recuso durante a semana, gozar o bom humor dos pais (não que seja raro, é apenas inconstante) e sentir-me novamente como uma adolescente, é bom só ser, sem mais actividades acopladas. E é bom que o seja agora (mas também em momentos futuros), antes de, finalmente, projectar/esboçar/delinear/desesperar com o que vai ser o resto da minha vida. Finalmente.

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