maio 16, 2010

A Naifa (uma e outra vez)

As fotos (nem precisava dizê-lo) são dele.

Este namoro já vai muito longo. São cinco anos a musicar-me os desgostos, os Sábados cheios de Sol na Estrela, os dias de folga durante a semana, as viagens diárias para o trabalho, as alturas em que mais precisei de esperança. E esta paixão não esmoreceu nem arrefeceu com o passar dos anos, antes foi sendo cada vez mais definitiva, mais madura. Cada música carrega já memória sobre memória, cada música já foi cantada por mim como se algum dia pudesse emular a entrega e o calor da Mitó, cada poema foi já admirado pela forma certeira como me falou ao ouvido. E só não continuo tão apaixonada como na primeira vez porque abro sempre o coração para me deixar conquistar de raíz.

Esta sexta-feira foi noite de os ver uma vez mais, agora sem João mas com a Sandra e foi um reconforto ver a música d'A Naifa a erguer-se novamente em cima dum palco, primeiro tímida, depois segura de si mesma. Gostei dos três momentos do espectáculo que entendi como o luto inicial, o regresso à vida a e a homenagem ao João, merecida e muito sentida por todos quantos estavam naquela sala. A Naifa resiste porque é uma personalidade com direito próprio, alimentada pelo espírito dos que a idealizaram tão única e tão especial, imune à passagem do tempo. Com a belíssima oportunidade de falar um pouco com o Luís Varatojo, fiquei rendida à simplicidade com que se cria por aqueles lados e muito descansada porque sei que A Naifa, como a gente, vai continuar.

1 comentário:

Karl disse...

fantástico!
obrigado pela partilha.