Já são vinte e quatro meses mas podíamos contar os restantes vinte anos que já passaram desde que nos conhecemos. Há vinte e quatro meses atrás, eu andava ainda um pouco perdida, a ver os trinta chegar sem conseguir encontrar alguém de quem gostar a sério e que sentisse o mesmo por mim. Para dizer a verdade, eu já tinha perdido a esperança de encontrar a minha metade, ficando-me sempre por casos inconsequentes e vazios de significado - na minha cabeça, carregavam sempre uma ponta de esperança mas, agora que olho para trás, sei reconhecer o disparate daquilo tudo.
Há vinte e quatro meses que me sinto a pessoa com mais sorte no mundo e há dias em que me lembro, incrédula, da sorte que tive em encontrar (finalmente) a minha pessoa preferida. Encontrar não é bem a palavra, porque afinal já passam duas décadas desde que nos conhecemos e isto não é mais do que uma prova que aquilo que queremos está muitas vezes debaixo do nosso nariz e nós, complicados por natureza, insistimos em ignorar os sinais. São vinte e quatro meses de um projecto comum que surgiu naturalmente, sem ser discutido, um caminho de objectivos alinhados. Discutimos muitas vezes, zangamo-nos outras tantas mas no final sabemos que é isto que queremos. São vinte e quatro meses e um filho que nos veio encher de alegria, mesmo sabendo que não estamos a fazer nada pelo livro (namoro -> casamento -> bebés!), continuando namorados por tempo indeterminado, ainda pouco treinados para arranjarmos tempo para os dois. Uma noite, quando estava grávida, tive subitamente um ataque de saudades do casal que éramos na altura, apenas duas pessoas inseparáveis, ainda a aprender a viver juntas depois de muitos meses de distância.
Gostava que a nossa história desse um bocadinho de esperança a quem já se cansou de esperar ou a quem já está tão desiludido que deixou de acreditar num grande amor. Não somos perfeitos, longe disso. Mas gostamos tanto um do outro, encontrámos a pessoa que nos acelera a pulsação ao mesmo tempo que nos transmite a maior segurança do mundo, que acredito que esta sorte se possa replicar. Eu precisei de vinte e nove anos para chegar aqui, ok? Esta sensação de segurança infinita faz tudo valer a pena. E depois é esperar que os vinte e quatro meses se repitam muitas, muitas mais vezes.
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9 comentários:
"e isto não é mais do que uma prova que aquilo que queremos está muitas vezes debaixo do nosso nariz e nós, complicados por natureza, insistimos em ignorar os sinais."
Certo, estou a chorar.
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Sinto me tu à 24 meses atrás...espero daqui a 24 meses poder dizer o mesmo :D
Adorei :D:D
Eurico, chorar porquê? Não é caso para tanto. Quando muito, sempre tiramos umas lições sobre aproveitar melhor as oportunidades sem pensar demais. E passamos a acreditar mais nos sinais.
Janeca, fico a torcer para que demore muito menos que 24 meses ;) mas para isso tens que te divorciar do laboratório :P
Querida, é esse conhecer de longos anos sem compromisso algum que nos leva a conhecer profundamente o outro! É o desprendimento da relação de amizade que nos deixa livres de mostrarmos ambos como realmente somos, sem nada esconder porque somos apenas amigos! E acredita isso é o garante de uma longa vida a dois… pelo menos foi esta a minha experiencia já lá vão quase 42anos! Que contem muitos juntamente do vosso Vicente.
A tua professora
Muitos parabéns. Sejam sempre felizes.
A minha realidade também me diz que uma boa amizade pode evoluir e dar mais frutos. Estou casada vai para 23 anos com um dos meus melhores amigos.
Beijinhos
Adorei o texto, como muitos outros posts deste blog que "descobri" recentemente. Eu também demorei quase 28 anos a encontrar a pessoa que já pensava não existir e revejo-me muito neste post. É bom ter chegado ao lado de cá e felizmente sei dar valor a isso. SE calhar porque os outros 28 anos me ensinaram tal valor.
Um abraço e parabéns pelo blog!! Serei leitora assídua.
:)
E que a partir de agora seja sempre: 24x24x24x24...
Um abraço grande aos 3!
F.
awww...venham mais 100 anos até cheirarem os dois mal!:P
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