Que é como quem diz, acabaram-se as férias. Ter tido estas duas semanas já foi sorte bastante, visto que só agora completo os primeiros seis meses de trabalho, portanto há que ficar grata. É claro que a ideia de que vou ter que regressar ao trabalho me está a revolver o estômago e é mais do que certo que a maior parte da noite de hoje vai ser passada em claro com aquele nervoso miudinho do regresso somado à sensação de que já não sei nada do que faço. É típico dos regressos, só ainda não passou àquela fase da chamada depressão pós-férias, em que se precisa de mais férias para esquecer.
As primeiras férias com o nosso filho foram francamente boas. Fizemos exactamente o que nos apeteceu, sem grandes planos e sem grandes expectativas, limitando-nos a aproveitar o bom (e o mau) tempo e escolhendo, sempre que possível, actividades e cenários novos para o bebé Vicente. A verdade é que foi tudo mais aproveitado por nós do que por ele mas não digam a ninguém. Ainda esperámos que o Zoo pudesse despertar a atenção dele mas era difícil: os animais estavam quase todos a dormir a sesta e ele também não os conseguia distinguir entre a vegetação ou o comedouros ou os bebedouros. E no Museu do Oriente, as exposições permanentes devem ser vistas debaixo de tamanha escuridão que o Vicente não ficou particularmente entusiasmado com nada. Apenas vibrou a sério com esta exposição e é compreensível, até nós gostámos bastante.
Agora que uma nova temporada de trabalho está à porta, resta-me colocar no calendário pequenos e breves objectivos que me ajudam a passar melhor o tempo. Agora estamos a braços com novas fotografias nas paredes lá de casa e vamos amanhã começar o álbum de fotografias do Vicente e entretanto temos todos os preparativos para o aniversário dele, o que significa que temos um mês agitado à nossa frente. Depois os anos do pai, da tia e da mãe e é um tirinho até ao Natal. É assim que funciono melhor: um acontecimento de cada vez. E agora os preparativos continuam: a realidade espera-nos já hoje à tarde.