Passámos este fim de semana para os lados de Champagne, onde fomos encontrar os nossos amigos R. e S. Como eles vivem para os lados de Bruxelas, temos mais oportunidades de nos vermos e tentamos marcar coisas a meio caminho para todos para matar saudades.
Desta vez esperavam-nos dois quartos numa pequena quinta na aldeia de Lisse-en-Champagne, em regime chambre d'hôtes. Ainda não tínhamos experimentado o conceito: são quartos (neste caso, independentes da casa principal) em casa de anfitriões que nos abrem as portas de casa e, de certa forma, partilham um pouco da sua vida connosco. No nosso caso, isso foi especialmente importante, dadas a ricas histórias de vida do casal que nos acolheu: ela é natural da ilha da Reunião (que, para quem como nós não sabia onde, fica aqui) e ele é francês, tendo prestado o serviço militar na Argélia. Conheceram-se por carta e foi mesmo antes de se poderem olhar frente a frente que Bernard decidiu ir à ilha da Reunião e trazer Leoncie para o continente. Ele divorciado, ela viúva numa daquelas histórias de como o amor supera tudo!
A quinta era pequena mas lindíssima. O jardim ganhou inúmeros prémios e muita gente marca visitas com alguma antecedência para poderem admirar o trabalho na nossa anfitriã. Ainda têm também uma horta, de onde vem grande parte dos produtos que traz à sua mesa - também oferecem a possibilidade da Table d'Hôtes: podemos marcar um jantar, eles sentam-se connosco à mesa e Leoncie prepara um belo desfile de cozinha franco-crioula. Maravilhoso, tenho a dizer! Contaram-se histórias, falou-se sobre o racismo que ainda se sente em França, rimo-nos com os episódios intermináveis que os sessenta e muitos anos dão para contar, descansámos por ali.
Enquanto não estávamos por ali, tivemos tempo de visitar a região e cumprir a vontade que todos tínhamos: visitar uma cave de champanhe. Escolhemos aleatoriamente e acabámos com visita guiada, com o processo de fermentação do champanhe bem sabidinho e com algumas recordações liquidas na mala do carro. Ainda visitámos catedrais e abadias, comemos un pain au chocolat sentados debaixo das nuvens e envoltos em silêncio e constatámos que em alguns partes de França é difícil encontrar um restaurante com a cozinha aberta depois das três da tarde. Chegámos a casa com aquela sensação de tranquilidade e de momentos bem passados, uns prontos para trabalhar, outros para seguir em frente nas férias. Este sucesso também se ficou a dever ao senhor Vicente, que até se portou à altura e fez questão de não fazer mais birras do que as estritamente necessárias ;)
3 comentários:
Marisa, acabas de verificar mais uma vez a face boa da moeda: estar no coração da Europa a um passo de quase tudo!
O Vicente está um rapazinho.
Bom fim de semana
Parabéns para o teu blog! Gosto muito de o acompanhar!
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