setembro 15, 2013

Reduzir a velocidade



Uma das razões porque gosto tanto do Luxemburgo é esta sensação de viver rodeada por bosques, por floresta cerrada onde dificilmente penetra a luz do Sol, por campos cultivados e por cultivar. 

Hoje de manhã, aproveitando as abertas deste Outono precoce que já vivemos há uns dias, levei o Vicente a andar de bicicleta na tranquilidade do nosso bairro. Encontrámos algumas crianças num dos parques que visitámos mas o segundo estava vazio e silencioso. Eu pedalava pela parte mais alta do bairro e, entre as árvores, parecia estar a ver qualquer coisa colorida, cujas formas não conseguia identificar. Resolvemos ver com os nossos próprios olhos e encontrámos mais um parque a cinco minutos de casa, rodeado de árvores frondosas e supervisionado por um enorme depósito de água em plena recuperação. Havia sinal de toupeiras pelo parque fora, uma caixa de areia um pouco abandonada e um tapete verde e selvagem que, resultado dos últimos dias por aqui, escondia algumas poças de lama.

Ainda naquela zona, duas velhinhas conversavam numa esquina com pão fresco debaixo do braço, casais despediam-se das visitas do fim de semana e o restante silêncio só foi interrompido pelos sinos da igreja em que a missa já havia terminado. Isto não é uma aldeia mas podia bem ser. Durante muito tempo, eu quis viver em cidades grandes (mesmo que Lisboa não seja a maior das capitais europeias), cheias de possibilidades e agitação. Sinto que vivi e aproveitei (relativamente) bem essa fase da minha vida e acho que é por isso que sinto tanta satisfação com a diminuição da velocidade a que andam agora as coisas. Isto não foi exactamente uma marcha atrás, simplesmente estamos a travar com o motor, com alguma precaução e com tempo, sobretudo com algum tempo.

2 comentários:

Dalma disse...

Querida, estás a ver que se não fosse essa chuva que tanto detesta (compreensivo numa alentejanas)não terias esse prazer imenso de passeares no bosque!?
Beijos algures do Oregon ( USA ) onde as chuvas de outono tb começam a aparecer...

Helena Barreta disse...

Quanto a mim é um privilégio viver no campo dentro da cidade. De certo que o Vicente também deve gostar.