dezembro 06, 2013

Até que enfim!

Hoje é um dia feliz para mim. Depois de muitos meses de espera, vou finalmente mudar de posição na empresa e começarei nas novas funções exactamente três meses de ter recebido a notícia de que era eu a escolhida. Chiça, é o que me apetece dizer.
 
A nível profissional sou uma pessoa muito paciente. Entendo que há coisas que demoram o seu tempo, têm de passar por várias secretárias antes de serem aprovadas, dependem de estratégias de negócios que não se discutem ao nível a que temos acesso, custam dinheiro e exigem, na maioria dos casos, (perdoem-me a expressão) um grande par de tomates. Tomates que, sei também, nem toda a gente tem ou pelo menos se tem não os utiliza para coisas importantes. Não sou nenhuma visionária mas às vezes as pessoas à minha volta confirmam-me que não têm a mínima visão geral das coisas, não antecipam e nem sequer tentam entender o processo de decisão.
Dizia eu que sou uma pessoa paciente mas na verdade, depois de me ter candidatado em Julho, entrevistada várias vezes até Agosto, ter sido as escolhida no início de Setembro e, três meses depois, ainda estar exactamente no mesmo sítio, já estava nos limites da minha sanidade mental. Por ser uma mudança tão radical e importante para mim, comecei a odiar o trabalho que fazia todos os dias e a suspirar de cada vez que entrava no escritório e isso deixava-me um bocado chateada. Tentei que isso nunca transparecesse para os clientes mas tenho a certeza que nos dias de maior pressão talvez tenha deixado escapar alguma da minha frustração. Eu sabia que não queria estar aqui, sabia que me queriam noutro departamento mas não via absolutamente nada acontecer. As pessoas perguntavam-me quando me mudava, diziam que já me esperavam, os meus colegas actuais perguntavam quando me ia embora e eu exactamente no mesmo sítio.
Formei a pessoa que me vem substituir o melhor que pude e me deixaram. Tentei prepará-la para a avalanche de coisas aterradoras que vai ver chegar nos primeiros tempos, sem saber para quem se virar. Tentei acalmar-lhe o medo natural de quem nunca trabalhou nesta área de negócios e ouve coisas novas a cada minuto que passa. Tentei ser para ela quem eu precisava quando comecei aqui e transmitir-lhe simplesmente um mantra: Tu vais conseguir. Como continuarei a trabalhar com ela daqui para a frente, fiz-lhe ver que preciso da ajuda dela e que ela ma pode também pedir quando sentir necessidade.
E finalmente chegou o dia. Finalmente pude deitar os papéis velhos fora, limpar a minha secretária, começar a ocupar o meu novo lugar, com os meus novos colegas, longe de todo o caos. Estou finalmente livre da ditadura do telefone e da consola que o controlava e não deixava que  as linhas estivessem desocupadas. Ganhei de certeza outras responsabilidades (cumprir objectivos, um budget caraças!), enfrentarei outros problemas mais ou menos graves, viajarei e falarei com gente que se calhar não tem muita vontade de falar comigo mas cheguei finalmente ao nível em que tenho liberdade. Já não me crucificam se chegar uns minutos atrasada, já não dependo de ninguém para poder fazer pausa ou ir de férias, sou livre de organizar a minha agenda, de encontrar uma estratégia para chegar onde a empresa precisa, de pensar e investigar. Para mim isto não tem preço, especialmente porque esta mudança implica que no futuro posso sonhar com outras posições e não só com posições entry level como até aqui.
Caraças, estou finalmente livre e mal posso acreditar! Agora vou só pôr mãos à obra e aprender o que fazer com esta liberdade para que não me perca no caminho. Façam figas, se faz favor.

3 comentários:

Anónimo disse...

Que belíssimo presente de Natal! Tens todo o talento para arrasar nas novas funções.... muitos parabéns!!! Que tudo corra como desejares :)
Beijinhos grandes :) :) :)

F.

Dalma disse...

MUITOS PARABÉNS, MARISA!
Beijos da tua velha professora que não se admira dos teus êxitos!
D.

Helena Barreta disse...

Muitos parabéns. Venha de lá, então, essa liberdade.