outubro 12, 2015

A place to call our own


Finalmente acabámos de arrumar e decorar a nossa casa. Oito meses depois de nos termos mudado, oito meses depois de ter feito mudanças grávida de quase nove meses, oito meses depois de arrastar sacos e caixotes pela neve mas chegámos aqui.

Nem a propósito, vi hoje um episódio desta série e uma das personagens dizia qualquer coisa como A house is like a marriage, you have to be in it for the long run. E é mesmo isso, é mesmo assim que me sinto quando olho para a maneira como a nossa casa tem progredido. É duro, é um processo lento, requere muito tempo e ainda mais vontade mas em troca dá-nos a melhor das sensações: a ideia de pertencer a um sítio. Primeiro foram algumas coisas que trouxemos da casa antiga que ficaram por fazer; depois foram coisas novas que idealizámos juntos que foram ficando por montar; e ainda foram as coisas que ainda tínhamos guardadas em Portalegre e que este Verão fizeram  finalmente a viagem até aqui. Foram precisos alguns pregos e parafusos, discutir as ideias que ambos tínhamos para os mesmos sítios, a paciência inesgotável dele para montar móveis! Este fim de semana demos os trabalhos por concluídos (os interiores, que para o ano quero tratar de aproveitar melhor o pequeno - mas jeitoso - jardim que nos calhou em sorte). E eu respirei de alívio porque só estou bem quando a lista de coisas a fazer (milagrosamente) desaparece.

No dia em que visitámos esta casa pela primeira vez (faz este mês um ano, é incrível a velocidade do tempo!) eu senti-me estranhamente em casa. Era um dia cinzento, a luz já começava a escassear, a casa estava vazia e húmida. Eu disse durante a visita que me imaginava a viver ali e no final disse ao rapaz da imobiliária que queria mesmo ficar com a casa. Não visitámos mais nenhuma: esta casa tinha o tamanho e disposição ideiais, já para não falar da localização perfeita. Seria impossível encontrar outra casa com a mesma relação tamanho-preço-localização. Eu tinha pressa e nunca me arrependi, pelo contrário. Assinámos a promessa de compra no dia em que fiz os trinta e cinco anos e aposto que se podia ver bem a felicidade que sentia!

A nossa casa faz-me não ter vontade de sair. A nossa casa tranquiliza-me e fez-me perceber a dimensão das memórias que já vamos recolhendo como uma família. A nossa casa ainda é nova para nós mas faz parte da nossa história. É um bocadinho de sorte mas também (todos os dias) uma imensa parte de nós.

4 comentários:

MAG disse...

Gostava que a minha fosse um pouquinho mais assim. E já cá estou há 10 anos... Tens sorte!

Dalma disse...

Uma vez uma colega minha que tinha 5 filhas e sendo os dois professores, a casa, tal como a minha, foi-se recheando aos poucos. Falando destas coisa e já lá vão muitos anos, dizia-me ela: " as pessoas que se casam e já têm casa pronta nem sabem as alegrias que perdem!".
Lembro-me muitas vezes desta observação dela e foi o que aconteceu hoje mais uma vez quando li o teu post! Que vás construindo a tua casa (home) e com isso tenhas muitas alegrias!
Bjis

Unknown disse...

Querida M., tu não me conheces de lado nenhum, mas eu identifico-me tanto com o que escreves. É que podia ter sido eu a escrever isto... aliás, um dia destes escrevi sobre isto, mas escrito por ti é muito mais bonito :)
Também andei a fazer as mudanças grávida de 7 meses e só agora (5 meses depois) é que a casa já está ao nosso gosto e com tudo arrumado nos sítios certos, mas mesmo assim, acho que há sempre coisas que vamos ajustando com o tempo :)
Agora que tens tudo como queres, aproveita bem a casa :)

Beijinhos*

M. disse...

MAG, como em tudo acho que é preciso um bocadinho de sorte e estar no sítio certo na hora certa! Espero que ainda venhas a encontrar o teu sítio!

Professora Dalma, é mesmo assim! O gozo que dá fazer isto a dois aumenta muito a satisfação com os resultados finais :)

Blanche, mudanças e gravidez é mesmo algo que nunca, mas nunca mais vou combinar! O cansaço é tão extremo que as coisas perdem um pouco o brilho naquela altura! Mas vês, acabamos por sobreviver e bem para contar essa história muito mais bonita e, sem dúvida, mais rica :D