As vizinhas da minha rua cospem para o chão e espreitam incessantemente quem passa. São todas de aldeias perto de aqui e todas comentam a vida dos outros. Juntam-se numa garagem, de volta da velha braseira de picão e passam o dia inteiro a escarnecer dos outros. O marido de uma toca gaita de beiços quando está na casa de banho, sendo que o marido de outra anda de bicicleta enquanto não se encharca de vinho. Insultam os netos porque não sabem como mais devem tratá-los. Todas cospem para o chão, repito, e atrevem-se a olhar para nós com desdém. 'São irresponsáveis' dizem elas. 'São porcas' dizemos nós.
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