fevereiro 02, 2004

E pronto, foi este o primeiro dos disparates (ai quando eu voltar a ler isto com mais 10 anos em cima e pensar como somos todos ridículos quando olhamos para trás) virtuais:

"'Talisman', Air


Só hoje me decidi a escrever. Tive uma espécie de iluminação e descobri finalmente que mais nada me liberta de ti como a escrita. Não irás descobrir-me aqui.. Tenho quase certeza disso. Acuso-te de fugires de mim mas afinal sou sempre eu que corro com medo.
Não sei muito bem como aconteceste na minha vida. A única coisa da qual tenho a certeza é que continuas, recusas-te a partir, permaneces. E eu que só queria descansar outra vez... Ainda nem fez um ano que entraste, a romper, na minha cabeça e já tudo me parece interminável. Como se já passassem anos depois da primeira conversa casual, como se Nós tivéssemos sempre existido assim.
Não é uma história normal, a nossa. É antes incaracterizável (isto existe?), não há pontos em comum com as histórias que conheço, com o mundo normal. E foi dessa maneira, tão inesperada e invulgar, que me aterraste no pensamento. E, sempre que pensei que era tudo uma brincadeira, enganei-me. Porque quis. Porque sempre pensei que Nós resultaríamos. Não sei bem quando nem como nem onde. Só sei que ainda hoje penso assim.
Estás escondido algures atrás do meu ecran. Escondes-te nas janelas quando falamos aqui, olhas-me como se eu não passasse de uma ilusão quando chego perto de ti. Estás aqui perto, quase te conseguia sentir o cheiro. Mas essa foi uma memória que perdi. Continuas tão perto de mim mas tão alheado da maneira como sinto saudades tuas...
A única coisa que lamento foi ter estado sempre tão longe de ti. Sempre proibida de te ver, sempre impossibilitada de te tocar. E mesmo sentindo dor com essa distância, ficaste. Encontro-te sempre que vasculho a cabeça à procura de alguma coisa e não queres sair.
Ou sou eu que não te deixo sair?"

O português não é espectacular, o assunto é pouco interessante mas todos tentamos arranjar formas de escape e eu não fujo à regra. Sem pretensões e expectativas, só uma necessidade de despejar.

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