abril 15, 2004

Acabei agora de ver 'The virgin suicides' (suspiro). Sentia-me estranha por ter adorado o 'Lost in Translation' e nem sequer ter visto o primeiro filme da Coppola e portanto resolvi que já não era sem tempo. Houve quem me dissesse que este era um dos melhores filmes dos anos 90. Não posso concordar, pelo menos ainda, porque ainda estou a digerir o filme. Achei-o muito doce e suave, a luz é extraordinária ao longo do filme, a inocência dos miúdos (Lux não era inocente, eu sei) comoveu-me porque tornavam tudo num jogo infantil e sem pretenções.
A certa altura, eu mesma me sinto fascinada com as irmãs Lisbon, com a aura que parecia fazer parte daquelas cinco crianças louras que, pelo mistério e beleza, estavam constantemente rodeadas de atenção. O motivo pelo qual se suicidam enraivece-me: era tão simples mudar, tão simples ceder, deixar que todas elas crescessem em paz. Já conheci muitas pessoas sufocadas assim mas, felizmente, sempre foram cobardes o suficiente para não acabarem com a vida. Porque para mim o suicídio não é mais que um acto de cobardia, mesmo sabendo que é decidido num estado extremo de ansiedade e desespero e que o suicida procura apenas liberdade.

.às vezes gosto mesmo de viver.

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