É mesmo verdade, faz hoje seis meses que o bebé Vicente veio ao Mundo. Seis longos meses de muito choro, cólicas mas também do sorriso desdentado mais lindo do Mundo, de braços e pernas sempre em acção e de um amor maior do que o nosso coração. Por esta hora, há seis meses, estava já deitada e anestesiada na cama do hospital, incrédula com a rapidez com que tudo se estava a passar à minha volta. Não tinha medo, na verdade. Sentia apenas a expectativa a crescer como uma onda, a avolumar-se dentro do peito, sem saber como iria ser Mãe dali a umas horas.
Nestes últimos meses, duvidei milhentas vezes das minhas capacidades e da minha capacidade de resistência e desesperei muitas vezes sem saber o que fazer. Mas, apercebi-me nestes últimos dias que me tornei numa mãe menos ansiosa e mais racional. Já aceitei as alterações permanentes do meu sono, tornei-me especialista em sopas sem sal e sou a melhor da minha casa a inventar canções para o bebé Vicente. Ontem fiquei assustada com o tamanho dele: está grande e quase já não cabe na espreguiçadeira. Agora, o bebé Vicente chora muito menos, quase já adormece sozinho mas ainda não dorme a noite toda. Gosta de comer, especialmente a fruta, porque às vezes ainda franze a sobrancelha à sopa. Continua a gostar de leite acima de tudo e já estou ansiosa para que conheça mais alimentos.
Esta semana já me passou uma conjuntivite (uma especialidade, visto que aracou os dois olhos...) e hoje acordou de madrugada com algumas dificuldades em respirar. É tramado, isto de ser mãe e de ter que manter a cabeça fria, enquanto o ouço de nariz entupido. É uma porcaria de maneira de marcar o primeiro meio ano de vida. Vivo os dias à espera do momento de regressar a casa ou dos fins de semana sem horários para cumprir. Ver um filho crescer é a maior dádiva que já recebi e, enquanto o tempo se encarrega de lhe aliviar os males de ser um bebé, fico cada vez mais ansiosa por vê-lo andar ou dizer as primeiras palavras. Não é ter pressa, é apenas sentir uma curiosidade infinita sobre aquela pessoa pequenina que estamos a ajudar a crescer. E o orgulho que sinto nele vai fazendo o meu peito inchar até duvidar que fui parte responsável por esta maravilha pequenina.