março 19, 2011

Sobre os Pais

Felizmente, dá-se o caso de o meu pai e o pai que eu escolhi para o meu filho serem os melhores do Mundo.

Sempre fui uma menina do papá, ainda hoje me sinto assim e já passei os trinta. Por sermos tão iguais, eu e o meu pai fizemos muitas vezes braços de ferro na questões (sei-o hoje) mais parvas: as saídas à noite, as semanadas, o facto de ele me querer proibir ter computador quando estava na universidade. Mas o meu pai ainda hoje faz tudo, absolutamente tudo o que está ao seu alcance para me ajudar (e à minha irmã, claro está). O meu pai (e a minha mãe, que também há-de ter direito ao seu dia) fizeram um dia 200 km depois da uma da manhã, deixando um casamento para trás só para me abraçarem e recolherem os pedaços de um coração demasiadas vezes estraçalhado. E, chegando a minha casa, quase nem me perguntou porquê, optou por apenas saber esperar. Muitas vezes sou o filho que ele nunca teve mas sei que sempre foi feliz com três mulheres em casa. É incansável e uma grande fonte de segurança para mim.

Já o pai do Vicente tem-se revelado a cada dia que passa. Não tinha dúvidas que seria um bom pai mas a forma como me protegeu e mimou na gravidez foram mais uma confirmação. Ainda me lembro da emoção que senti quando os vi pela primeira vez na nossa cama, tinha o Vicente apenas dias. É tão empenhado em acompanhar o filho que dá gosto ver e divide comigo todas as tarefas menos glamorosas que fazem parte do seu crescimento. Partilhamos de uma mesma visão da educação que queremos dar ao Vicente e do tipo de pessoa que esperamos que ele seja e isso é meio caminho para uma família feliz. Sinto-me sortuda por ele ter decidido formar uma família comigo e é com alguma nostalgia que recordo o dia em que nos sentimos preparados para tudo isto.

Ser pai é a coisa mais difícil que fizemos nas nossas vidas mas é também a mais entusiasmante. E esta aventura promete crescer sempre mais. Ao meu filho, desejo que saiba sempre estimar e apreciar o pai que tem. Ao meu pai, prometo estar mais presente e ajudá-lo no que precisar. Temos tido sorte, é  que é.

6 comentários:

Anónimo disse...

Marisa, sorte? A sorte dá muito trabalho, o que todos têm tido é MÉRITO!
E eu sei alguma coisa do que falo!
Beijinhos da tua professora

Joana Real disse...

:D

P. disse...

:) <3

Helena Barreta disse...

Infelizmente já não tenho pai para mimar, abraçar e dar beijinhos, afectos que tanto gostávamos de dar e receber.

De certo que o Vicente vai sempre orgulhar-se do pai e vai querer imitá-lo.

Beijinhos a todos

Tati disse...

Graças a Deus pelos teus dois pais.
tenho a certeza que o Vicente um dia vai saber dar valor ao pai dele tanto quanto tu deste blog.

M disse...

este teu post deixou-me em lágrimas...porque me revejo nas tuas palavras, porque tenho saudades do meu pai e porque fico feliz por saber que o mundo não está todo podre como dizem os jornais. Que na realidade existe mais gente, que tal como eu teve/tem uma família, uma história e uma vida pela qual vale a pena suplantar estes obstáculos tremendos que temos pela frente. O Vicente é afortunado, pois além de vos ter a ambos, vai poder sempre ter as tuas/vossas palavras escritas, que o puderam consolar e amar quando por algum motivo não lhe estiverem à beira para o poder fazer.

:)