Um homem sobe por um trilho íngreme ladeado por flores de pétala amarelas. Está muito vento, tanto vento que o farol parece vergar-se por momentos, cortando o caminho ao homem que avança sem hesitar. Fuma um cigarro que enrolou antes de se fazer ao caminho, sabendo que o teria que acender uma e outra vez, cobrindo-o com as suas mãos ossudas. Um homem, que também poderia ser uma mulher, dá passos confiantes, alheio a papéis, telefonemas e contas, alheio a deveres, tempestades e notícias. Vai imerso em si mesmo, inspirando fundo o vento que parece abraçar toda a pequena ilha. Um homem avança destemido e vai juntando dentro de si as peças de uma harmonia que só ele conhece. É hoje que vou voltar a vê-lo. Tantas noites passei a ouvir a sua música, sem nunca conseguir dormir. Tantas vezes acordei e era sempre dele a música que tinha na cabeça. É dele a banda sonora da minha ilha, este lugar imaginário onde me escondo do Mundo. É hoje.
3 comentários:
Não sei se estás consciente disso, mas o concerto é bastante diferente dessas sonoridades.
Assemelha-se a Sonic Youth com violinos :)
Tenha uma boa noite, com um óptimo concerto.
Vai matar saudades, Mar!Decerto adorarás...Bom espetáculo...!
Bjs!
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