O problema é simples: eu torno-me numa pessoa horrível quando não durmo. Há pessoas que vivem bem com poucas horas de sono diárias e bem, mesmo eu não preciso de mais de cinco ou seis para poder ser um adulto funcional. O que se passa é que ando muito longe desse número de horas dormido por noite. Eu não me importo de acordar para amamentar (facilmente volto a dormir) mas ter que ficar horas acordada a consolar um ser pequenino com (o que parecem ser) terríveis dores de barriga mexe comigo.
Tomo a minha dose de vitaminas diárias, eliminei o leite e derivados da alimentação (a ver se o problema dela é esse, era grande sorte!), tento comer mais alimentos frescos e beber quantidades industriais de chá de funcho. Não é a falta de leite que me preocupa mas sim a qualidade ou o que ele está a fazer ao sistema digestivo da pequena. Depois, acresce aos factos que ela também não dorme grandes sestas durante o dia (exactamente pelas mesmas razões), o que não me deixa exactamente descansar. Isto é a repetição do que passei na primeira vez, se bem que ela chora muito menos mas com a agravante de agora já ter outro filho ao meu cuidado. Espero que ele um dia possa perceber como é difícil dar-lhe toda a atenção do mundo e fazer o mesmo à irmã. Simultaneamente. E sendo que ela ultimamente tem tendência a ganhar porque está fisicamente debilitada.
Há momentos, durante a noite ou quando começa a nascer o dia, em que sinto que vou simplesmente cair para o lado e em que sinto o cansaço na totalidade do meu corpo, como se tivesse corrido meia maratona no dia anterior. Às vezes estou a andar no quarto com ela nos braços, madrugada dentro, a tentar que ela não acorde o resto da casa, e sinto-me a pessoa mais falhada, cansada e só do mundo. Felizmente que existe a cura para estes momentos: quando começo a levantar as persianas e percebo que sobrevivi a mais um dia e uma noite em claro. Na minha cabeça, muitas vezes já estou em Julho, está todo o calor a que posso aspirar aqui no Luxemburgo, a miúda já tem cinco meses e tudo já estabilizou. É, como a porcaria de Primavera que chegou, Sol de pouca dura e volto rapidamente à realidade dos dias mais frios do que o Inverno que passou e do pequenino ser que me tem como refém. Dias melhores virão, com toda a certeza, mas até lá resta-me sentir-me miserável por mais uns longos meses.
1 comentário:
Querida, todos os bebés sofrem de cólicas. No tempo da minha primeira neta (15a) havia um medicamento que vinha de Inglaterra e que era mt eficaz. Dp no tempo do H(6) e R(5) passou a existir em Portugal, só que não sei o nome. Mas se estiveres interessada posso tentar saber.
Bjis
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