É difícil garantir mas eu acho que os meus dois filhos são crianças felizes. Mesmo quando se deitam no chão, a espernear e a chorar desalmadamente porque não lhe demos uma bolacha inteira. Ou porque, surpresa!, precisamos de tomar banho todos os dias.
Com quase seis anos, o Vicente acalmou. Não significa que deixou de fazer parvoíces ou que já não faz birras ou que se comporta sempre de maneira exemplar. Mas (geralmente) já ouve o que nós lhe dizemos e os nossos argumentos já vão fazendo mais sentido e compreende a cadeia acção-consequência. Gosta de dinossauros, cromos do Europeu, bonecos animados (praticamente todos os que conseguir ver). Os seus alimentos preferidos são o arroz, a massa, o camarão e as bananas. E o chocolate, claro. Odeia tomar banho, lavar a cara e os dentes, comer salmão e ficar em casa. Se o queremos ver feliz, é levá-lo à escola de trotinete ou deixá-lo ver a Porquinha Peppa no computador ou jogar Uno (mas só se ele ganhar!). Tem muitas perguntas dentro dele (O que há dentro da terra? Onde estão os dinossauros? Posso comer um chocolate?) e não pára de falar. Ou de cantar canções de Natal, mesmo em Junho. Brinca muito bem sozinho e também adora estar deitado com a irmã na sua cama de bebé.
A Amália está a caminho do ano e meio de idade. Já anda, tenta correr (para não a apanharmos) mas não diz quase nada. Na prática, diz mama para tudo, especialmente aquilo a que não consegue chegar. Fica sossegada quando lhe fazemos os sons dos animais e ultimamente o preferido é o porco, que ela não consegue (naturalmente) imitar. Não aceita bolachas partidas mas de resto come tudo o que lhe aparecer à frente. Mesmo bocados de esferovite que às vezes arranca da porta. Se não a pararmos, pode estar sempre ocupada a mastigar. Tenta sentar-se sempre que pode, agora que descobriu esta sua habilidade. Fica muito atenta aos sons que as pessoas fazem e tenta ler os lábios para determinar como pode repeti-los. É divertida: gosta de rir com os outros e repete muitas vezes as coisas a que achamos graça. Não gosta de dormir, embora adormeça sozinha na sua cama enquanto fala.
Eu acho que os meus filhos sentem que há muita gente que os ama. Nós certamente os afogamos com beijos e estrafegamos com abraços. Dizemos-lhes frequentemente como gostamos deles e elogiamos as suas novas capacidades e habilidades. Às vezes gritamos porque estamos cansados ou atrasados ou a perder a paciência mas não há nada que um abraço não cure. Conversamos muito e rimo-nos da maneira pura e descomplicada como vêem as coisas. Achamos que o importante é serem curiosos, tolerantes, que respeitem os outros e as suas diferenças, que gostem de aprender e de brincar, que possam estar preparados para enfrentar o Mundo. E ficamos felizes quando eles se riem às gargalhadas ou quando têm aquela tirada ingénua mas genial. Vamos abraçá-los ainda com mais força hoje, em que se celebram as pessoas pequeninas e cheias de vida.
* não me perguntem de onde veio este raio de nome mas ele existe, ele instalou-se e ele designa ainda hoje os nossos filhos.
2 comentários:
Que os vossos"badjecas" continuem felizes para toda a vida! Já agora, li (no meu tempo) que a felicidade também se ensina e até concordo.
Eu acho que é muito fácil garantir que há felicidade nos vossos filhos, aka Badjecas.
Basta ver-vos. :)
Enviar um comentário