No conforto do meu lar vi
"The station agent",um filme de Thomas McCarthy. Pensava saber alguma coisa sobre o filme, que passou algo despercebido nos cinemas portugueses. Ora pensava eu que seria um filme francês, em que alguns inadaptados (e eu sei como isto soa mal) conviviam numa estação de comboios (daí o título português) e que poderia ser um filme mais ou menos de difícil assimilação (como tantas vezes acontece com o cinema europeu). Felizmente descobri que estava enganada!
Fin é um homem interessado em comboios (reais e de modelismo). Trabalha numa loja de modelismo com o seu amigo Henry, de quem herda mais tarde uma estação de comboios há muito abandonada. Fin decide partie à aventura e faz-se à estrada (neste caso, literalmente aos carris).
É lá que conhece Joe, dono de uma roulotte que vende o melhor café 'con leche' da zona e que tem o pai doente. É também lá que quase é atropelado por Olivia, uma mãe divorciada a quem recentemente morreu o filho. Estes são os ingredientes necessários para que três estranhos troquem confidências, cozinhem juntos e vejam passar os comboios, com o fascínio próprio de crianças.
É comovente ver como as personagens tentam acalmar os seus demónios, procurando, na maior parte dos casos, o sentimento de pertença que tantas vezes nos falha e retirando prazer das pequenas coisas da vida. O filme é, por esse motivo, desarmante: a simplicidade das coisas pode alimentar-nos o espírito todos os dias, se guardarmos a capacidade de nos surpreender. A realização centra-se nos silêncios, na cumplicidade e na contemplação bucólica da paisagem.
E mesmo que Fin abdique da palavra, Olivia seja neurótica e Joe demasiado auto-confiante, revemo-nos neles e desejamos secretamente fazer parte daquele trio e beber um café 'con leche' numa esplanada que só senta três.
"The station agent",um filme de Thomas McCarthy. Pensava saber alguma coisa sobre o filme, que passou algo despercebido nos cinemas portugueses. Ora pensava eu que seria um filme francês, em que alguns inadaptados (e eu sei como isto soa mal) conviviam numa estação de comboios (daí o título português) e que poderia ser um filme mais ou menos de difícil assimilação (como tantas vezes acontece com o cinema europeu). Felizmente descobri que estava enganada!
Fin é um homem interessado em comboios (reais e de modelismo). Trabalha numa loja de modelismo com o seu amigo Henry, de quem herda mais tarde uma estação de comboios há muito abandonada. Fin decide partie à aventura e faz-se à estrada (neste caso, literalmente aos carris).
É lá que conhece Joe, dono de uma roulotte que vende o melhor café 'con leche' da zona e que tem o pai doente. É também lá que quase é atropelado por Olivia, uma mãe divorciada a quem recentemente morreu o filho. Estes são os ingredientes necessários para que três estranhos troquem confidências, cozinhem juntos e vejam passar os comboios, com o fascínio próprio de crianças.
É comovente ver como as personagens tentam acalmar os seus demónios, procurando, na maior parte dos casos, o sentimento de pertença que tantas vezes nos falha e retirando prazer das pequenas coisas da vida. O filme é, por esse motivo, desarmante: a simplicidade das coisas pode alimentar-nos o espírito todos os dias, se guardarmos a capacidade de nos surpreender. A realização centra-se nos silêncios, na cumplicidade e na contemplação bucólica da paisagem.
E mesmo que Fin abdique da palavra, Olivia seja neurótica e Joe demasiado auto-confiante, revemo-nos neles e desejamos secretamente fazer parte daquele trio e beber um café 'con leche' numa esplanada que só senta três.
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