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Muitas vezes não sei o que me impede de chegar a casa, fazermos as malas e apanharmos o primeiro avião para sair daqui definitivamente. Depois era arranjar uma daquelas casinhas de um só piso, com um jardim onde colocaríamos o gnomo com que todas as donas de casa sonham, com o habitual aquecimento central e beliches de madeira para os gaiatos. No Natal, beberíamos vinho quente acompanhado por amêndoas cobertas de açúcar e dormiríamos cedo. Aprenderíamos a gostar do frio e das tardes no escuro e séries dobradas. Teríamos tempo para experimentar todas as cervejas, especialmente as variedades com fruta. Não conseguiríamos decidir entre tanta variedade de pão e havíamos de habituar os nosso amigos a abraçarem-se muitas vezes. Eu viveria maravilhada num mundo de cremes a 0,85€, ele teria os Toblerones gigantes à mão. E um dia haveríamos de querer voltar.
* ou como tudo correu tão bem, tirando os pés dentro das botas novas, e como voltei ainda sem ter um novo emprego e com vontade de mandar o meu país às urtigas.
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