Ando um bocado assim: incapaz de me focar nas coisas mais importantes, pressionada por coisas por fazer de todas as direcções, esmagada por um jantar para cento e oitenta pessoas que não estava a ser capaz de organizar. Recebi a notícia de que não passei num processo de recrutamento onde estive envolvida há pouco porque os resultados dos meus testes não eram satisfatórios. Eram testes de raciocínio numérico apoiados por tabelas e gráficos, coisas que eu já deixei para trás há uns bons quinze anos. E nem sequer fiquei triste por não ter conseguido a posição - fiquei, isso sim, envergonhada por não conseguir superar estas provas, mesmo que só eu conheça o resultado. Tenho vergonha de não ser boa assim em tudo. Também fiquei a saber que entrar nos quarenta na minha família é sinónimo de operações à cabeça ou coma induzido por problemas cardíacos desconhecidos. Acho que me fico pelos trinta.
Estamos fartos de saber que a pressão para mantermos a compostura e não cedermos à tristeza é enorme porque é suposto sermos todos fortes. Só que eu, como consequência de não ceder um bocadinho diariamente, tenho dias em que simplesmente quebro, em vez de vergar. E eu desejo apenas ser como canas ao vento.
2 comentários:
Acho que tens que pensar que o que não acontece dá lugar a algo melhor, e que se se regem por esse tipo de testes eles é que não te merecem. Não perdes.
Um abraço.
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