fevereiro 22, 2010

[modo:pausa]

Aproveitando que a criança hoje me deixou literalmente de rastos, passo o tempo entre a cama e o sofá vermelho, sem conseguir notar quaisquer melhoras no meu estado. Há quem diga que vem lá uma criança cabeluda (o que, a acreditar no pai e na mãe, teria a sua razão de ser), outros falam do carácter temperamental do rebento. Seja lá o que for, a única coisa que eu peço é que deixe a mãe descansar um pouco, sem passar a maior parte dos dias na cama, completamente impaciente e intolerante a qualquer estímulo. Felizmente, amanhã teremos finalmente a primeira consulta, depois do Serviço Nacional de Saúde me ter cancelado uma e adiado para daqui a um mês. Sendo que ainda não fui vista por nenhum médico, pareceu-me uma falta de consideração e a senhora que me atendeu teve também a delicadeza de me informar que sem médico de família também pouco mais poderia fazer - portanto, a culpa de eu não ter médico de família há três anos é totalmente minha e não de um sistema sobrecarregado e mal organizado. Enfim, valham-nos os seguros de saúde.

Na semana passada, e aproveitando umas tréguas que a criança me deu, fui usar a prenda de aniversário da mana três meses depois. Tinha marcado, portanto, uma aula de auto-maquilhagem, esquecendo-me que ia estar num sítio público, com as pessoas a passarem enquanto eu expunha a minha falta de jeito. Foi muito interessante para mim mas não tanto para a maquilhadora que me acompanhou, que resolveu, a meio do fracasso, que iríamos apenas ficar pelos movimentos e produtos básicos. Assegurou-me que, quando os dominar, posso voltar para mais dicas. Acho que isto fala pelo meu jeito atrapalhado de quem muitas vezes não usa sequer hidratante e muito menos se maquilha sozinha. Só não preciso daquele olhar de piedade de quem o faz diariamente, como se eu fosse um bicho raro - cresci ao natural e nunca senti necessidade de me pintar todos os dias.

E agora vou tentar retomar um pouco da realidade caseira, nomeadamente tentando manter-me em pé para lavar a louça. Sim, é a isto que tem chegado a minha rotina. Se houver aí alguém com uma mezinha na manga, que não seja comer a bolacha ainda na cama (já tentei, falhou), eu e as pessoas que tenho maltratado ultimamente agradecemos muito.

6 comentários:

Eurico Ricardo disse...

Sem querer parecer indiscreto, mas sendo-o às claras, já estás de "quantos" meses?

Ontem a Maria mijou para a cara da minha irmã quando esta lhe trocava a fralda. Foi de rir.

O que eu não percebo é porque é que ela insiste em bufar-se à grande cada vez que está no meu colo. Tudo bem que na Tv passava o fcporto- sc braga, mas acho que não era caso para tanto.

O meu maior desejo é que a Maria, dentro de 18 anos, esteja cheia de amigas que usem sabrinas e que achem que arcade fire é 2004...

M. disse...

Serão (carecendo ainda de confirmação) 9 semanas :)

(E parabéns atrasados! Devias ter vergonha, nessa altura terás mais de quarenta anos :P)

ana cila disse...

O grande truque da gravidez e o segredo mais bem guardado destes nove meses é: aguentar de cara alegre.
Mais nenhum. Não vale a pena gastar dinheiro em livros com truques, nem horas na net em busca de soluções milagrosas. Tal como o truque para aguentar os primeiros 6 meses de 1 bebé. É o mesmo.
Se ainda não foste ao médico, apenas sugiro que não te chegues a nada que inclua terra. Gatos, comer verduras mal lavadas (alface em restaurantes - esquece) , carne mal passada. O pior inimigo chama-se toxoplasmose. O resto.... é compensado com um puto roxo e todo cagado a olhar na nossa direcção e a reconhecer exclusivamente o nosso cheiro. Não é fácil, mas sobrevive-se! Ah! E arranja um médico decente. Tens uma eco para fazer entre as 10 e 12 semanas que é muito importante que seja bem feita. Se quiseres informo-me junto das minhas amigas de Lx onde vale a pena ir.

Maria disse...

olá!
Parabéns!
Como a compreendo neste último post...as duas vezes que estive grávida vomitei sempre os nove meses e só passava quando tinha o bébé.No entanto, aceitei tudo como fazendo parte de uma gravidez e sabia que no final a compensação era mto maior ...nunca deixei de trabalhar, tomava comprimidos para o enjoo para me aguentar, vomitava voltava a comer,contrariava sempre a vontade...o corpo pedia cama e eu saía.O que interessava era que ia ter os meus filhos...vai ver que depois da 1ªconsulta tudo vai mudar...felicidades e não se esqueça que a gradidez não é nehuma doença.

Vera Isabel disse...

Estes pregnancy-posts são adoráveis.
Can't wait for the baby-posts. ;)

Vera Isabel disse...

(Sei que o comentário soou demasiado cutchi-cutchi-coo, mas estes últimos posts fazem-me sorrir.

aryabodhisattva: "Quero ter um bebé."
namorado: "Porquê?"
aryabodhisattva: "Porque alguém dos blogs vai ter um e apetece.")