Bem, há muitas coisas que me assustam. Não gosto de muitos cães juntos, por exemplo. Fico nervosa só de pensar que me podem ferrar os dentes numa perna e depois apanho raiva e depois sangro até morrer... Não gosto de andar de avião nem de barco: eu sei que as probabilidades de morrer num acidente de viação são infinitamente maiores mas não consigo fazer nada. Tenho sempre medo de não ser a melhor em tudo o que faço e isto, não é difícil imaginar, tem-me valido valentes desilusões nos últimos tempos. Tremo quando estou nas passadeiras das Avenidas Novas e há gente que espera pelo sinal verde com a cabeça pronta a ser levada pelo 738 ou pelo 44 (já perdi a conta às vezes que pensei que ia ficar com a cabeça de alguém nas mãos...).
Recentemente, sofri do medo de não me vir a tornar numa mãe como sempre imaginei. A má disposição era tanta, a minha debilidade tão grande, a ausência de forças tal que imaginei que talvez pudesse sentir algum tipo de ressentimento contra a pulguinha que aí vem. Só que os dias passam e a disposição melhora a olhos vistos, que é também como cresce a minha barriga. Já me pedem para lhe tocar e, apesar de discreta, já a sinto a desenvolver-se todos os dias. Este medo, por muito inexplicável que fosse, acabou porque a cada dia que passa o amor incondicional cresce e com ele a certeza que eu serei tudo o que conseguir. Continuo a achar que ter a cabeça arrancada por um autocarro não deve ser muito bom e os meus pesadelos ainda me dão algumas dores de cabeça. Preferia não precisar de andar de avião mas pelo menos já sei que o amor, mesmo que adormecido pelos enjoos e pelas náuseas, é gigante e não pára de crescer.
3 comentários:
Se for menino tem que ter um nome
Jorge Jesus
Algum dia não foste a melhor em tudo? Que eu me lembre não :)
Oh Mafaldinha, até parece... Não sejas exagerada :D
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