setembro 23, 2010

Pensar no futuro


Chegou ontem o nosso kit de criopreservação das células do cordão umbilical do Vicente. Optámos por uma recolha e armazenamento num organismo público (o Lusocord) em vez dos centros privados que se estão cada vez mais a instalar no mercado e calculamos que a maior parte das pessoas que recorre a estes últimos o faz por desconhecer outras alternativas. Fizemo-lo por duas razões distintas mas complementares: em primeiro lugar, não tínhamos neste momento capacidade financeira para um investimento deste género; em segundo lugar, a probabilidade de alguma vez recorrermos a estas células ainda está calculada abaixo dos 0,1%, pelo que o investimento se torna ainda mais dispensável.

A desvantagem, se a quiserem ver como tal, é que, em caso de necessidade, o banco público não garante o acesso às mesmas células que armazenámos. Isto quer dizer que as células do Vicente estarão disponíveis para ajudar outras pessoas ou para possíveis avanços em investigação mas, ao mesmo tempo, o leque de dadores compatíveis com o Vicente também é bastante mais extenso, o que aumenta a probabilidade de encontrar uma amostra compatível. Os centros privados criaram essa sensação de que o nosso bebé se encontra muito mais protegido e é, de facto, uma óptima ideia de negócio mas passam por cima da ideia de partilha e intervenção numa comunidade onde também podemos contribuir.

Já lemos todas as instruções e os consentimentos informados e tudo e agora só nos falta uma coisa essencial: o Vicente resolver deixar a barriga da mãe. Tínhamos esperança nesta mudança da Lua mas bem, era (ou é) hoje e não se sentem aqui quaisquer sinais de trabalho de parto. Chamem-nos ansiosos e apressados e digam que ele só virá quando tiver que vir - a verdade é que (há já muito tempo) estamos em pulgas para o conhecer! Se nada mudar entretanto, faltam precisamente doze dias e daí o cachopo não passa!

7 comentários:

Deriva disse...

"cachopo" ...não ouvia isso à tanto tempo, que familiar. Não conhecia essa opção do sector público..obrigada por nos informares. e muitas horas felizes...

Moka disse...

Yuppi!!

O Vicente vai ser Balança!!!Sorry, Mar..só falta mais um bocadinho..ele está a chegar..:o) ( Fácil falar, né? )
Uma boa decisão da vossa parte..sempre à frente este casal modernaço!!
Baby V...uma boa viagem até cá...esperam-te toneladas de Amor..:)

Bjs!!

Vera Isabel disse...

hey, vicente, as coisas são cool aqui fora. apressa-te! :p

|b| disse...

acho muito bonito o kit mas acho que lhe deviam mudar a água

Helena Barreta disse...

Não sei se é por sentir tanta falta e ter tantas saudades de ouvir o meu pai perguntar pelos cachopinhos, se é mesmo o som da palavra - cachopo - que me inspira ternura.

Uma coisa é certa, o seu cachopo está de certeza muito confortável, daí a aproveitar a estadia até ao limite.

Parabéns pela iniciativa de recorrer ao Banco público.

Bom fim de semana

ana disse...

Minha querida, é de louvar este vosso gesto. Acaba por ser um gesto que tem dois caminhos possíveis, o dar e o receber.

Quanto ao resto, espero que corra tudo bem. Não tarda o cachopo está aí!
Beijinhos :)

Madalena disse...

Olá,
Desejo que a tua hora seja pequenina! E que tudo corra pelo melhor!
Mas sobre a escolha do banco de criopreservação acredito no oposto. Sabias que os estudos que comparam os resultados de transplantes para outra pessoa usando amostras de dadores familiares e não familiares demonstram que o sucesso é superior quando dador e paciente são familiares? E que a probabilidade de transplante hematopoiético aumenta com o avançar da idade? São só alguns exemplos que registei e tive em conta quando fiz pesquisa sobre o tema.

Beijinhos para os papás e para o Vicente! 