novembro 16, 2010

Sobre hypes e saídas a dois

O pai do Vicente registou para a posteridade.

Não sou (ou não fui), como a maior parte das pessoas que estava ontem no Coliseu, seguidora ou sequer ouvinte da Caderneta de Cromos. Em parte, porque não conduzia para ir para o trabalho e também porque, com o passar do tempo, fomos perdendo o hábito de ter o rádio ligado lá no escritório. Por isso, não me revi ontem em parte da histeria que se fazia sentir na sala, repleta de senhores de pullovers às costas (a forma mais inocente mas gráfica que o pai do Vicente arranjou para descrever a maior parte do público). Nada disso, porém, me impediu de me divertir à brava ou não fosse este espectáculo da autoria dum homem a quem admiro o humor e a aparente inesgotável criatividade - Nuno Markl. Tendo ele conduzido a maior parte do espectáculo, couberam-lhe também os momentos mais deliciosos de humilhação nos sketches sobre a sua infância ou no desafio bélico ao público. O que gosto especialmente no trabalho do Markl é esta ideia de que nem todo o entretenimento tem que ser feito com base ou na brejeirice, ou com piadas escatológicas ou com a excessiva exposição das pessoas e evidentemente revi-me em muitas das lembranças dessa década já longínqua de 80. Temos a agradecer à melhor tia e madrinha do Mundo esta noite bem passada e um Fizz limão quase a chegar à meia noite.

(Saímos só os dois porque a dita madrinha do Vicente logo se dispôs a tomar conta dele. Foi a segunda vez que saímos sem o nosso filho - a primeira foi para ver o Manel Cruz a apresentar o Foge Foge Bandido em Portalegre - e enfim, saímos de casa com sentimentos altamente contraditórios. Se, por um lado, foi muito refrescante poder estar três horinhas apenas na companhia um do outro, sabendo que o nosso bebé estava entregue em boas mãos, por outro ficámos essas três horas meio impacientes, pensando nele e nos olhões abertos que nos seguiram quando fechámos a porta de casa. Sair a dois não é mais do que um bálsamo para a nossa sanidade mental, já que o tempo não tem estado para grandes passeios. Mas a verdade é que parte de mim sente culpa por deixar o bebé. Regressar e encontrá-lo muito calmo, a dormir nos braços da madrinha, aliviou essa culpa.)

4 comentários:

Helena Barreta disse...

Na minha opinião, sair a dois não só faz bem aos pais como ao bebé e a quem fica a cuidar dele.

Os pais de um bebé são um casal e é importante, do meu ponto de vista, que não vivam exclusivamente para o filho e se esqueçam deles, de namorar e de terem o seu tempo.

Um beijinho

Pilipa disse...

Não poderia ter ficado em melhores mãos. A tia/madrinha Pili rocks! <3

P. disse...

rulo, ou q? :D

Tati disse...

olha teu costumo ouvir algumas vezes na radio "os crómos"...com as coisas dos anos 70 não me identifico...mas as dos 80, sim. as pastilhas gorila, o dartacão,etc e depois é sempre giro vê-lo a rir de ele próprio, do que ele pensava na infância/adolescência lolol