Fotos dele
Foi o dia em que retomei alguns hábitos antigos em Portalegre. Já há muito tempo que não me sentia em condições de sair para um concerto, ver gente (a mesma de sempre, na verdade, porque aos concertos vamos sempre os mesmos), chegar a casa depois da uma da manhã. Estes primeiros três meses de gravidez deixaram-me debilitada o suficiente para não querer ver nem falar com ninguém, enfiada no meu casulo e guardada pelo aquecedor. Mas, agora que a curva é ascendente, tudo mudou e de repente aguento estar a pé até mais tarde e ver gente e foi maravilhoso (a sério!) o número de felicitações que recebi ontem.
Fomos os três (eu, ela e ele) ver os Diabo na Cruz, uma daquelas super bandas que só conhecia de nome e de single na rádio, apesar de conhecer o trabalho a solo de alguns membros. Tinha lido a entrevista do Jorge Cruz ao Ipsílon e lembro-me de ele dizer que, no fim, a História estará ao lado daqueles que celebram a língua portuguesa (mais coisa, menos coisa). E ontem se provou que se calhar isso até é verdade e assistimos nos dias que correm à História a ser escrita em directo com esta recuperação das raízes populares da música, sem cedências nem contrafacções, modernizando-as apenas no sentido em que as tornam novamente actuais. Para mim foi um regalo ouvir alguns ritmos já ancestrais ou as lendas cantadas num Português impecável e sentir vontade de dançar. Agora, estou ansiosa por ouvir as versões de estúdio e tenho a certeza que serão bela companhia nas viagens de Primavera que aí vêm.
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