Desde a manhã de ontem que estou obcecada com uma palavrinha bastante vulgar mas não menos importante: desemprego. A verdade é que eu já conheço este desfecho quase há um ano mas também é certo que, até há umas duas semanas atrás, eu acreditei piamente que a empresa seria inteligente o suficiente para rentabilizar o potencial humano e aplicá-lo noutras áreas com necessidades. Isso não irá acontecer, já o sei desde esta mesma altura. A empresa prefere recorrer a outros métodos (transparentes na sua essência mas obscuros nos seus resultados) para preencher vagas existentes, mesmo quando os candidatos internos já deram inúmeras provas das suas capacidades.
Bem, a esta embrulhada toda acresce que estou, como é público, grávida. E, se por um lado não gostaria de ser vista como a desgraçada que vai ficar desempregada e com um filho nos braços, por outro também sei que tenho direitos e que legalmente a decisão do meu despedimento poderá ser controversa. Mas não é a legalidade ou a ausência dela que me estão a preocupar (estou a tratar de reunir informação suficiente para contestar essa decisão): é a forma absolutamente desinteressada e glaciar como o futuro de todas estas pessoas está a ser tratado. Não se trata, obviamente, de um fenómeno em larga escala porque não estamos a falar de milhares de pessoas. Mas, exactamente por isso, sempre tive uma esperança (muito ténue, muito lá no fundo) que toda esta situação pudesse ser tratada de uma forma mais humana, mais ponderada e sobretudo mais orientada para uma esperada reordenação dos recursos. Saber que defendi as políticas da empresa durante todo este tempo, saber que dei a cara e a minha palavra, garantindo que o futuro passaria certamente por outro lugar aqui dentro faz-me sentir nauseada. Ser a face da máquina que mastiga as pessoas e as cospe quando já está farta não estava, decididamente, nos meus planos.
E portanto fui apanhada num nó cego: se sair voluntariamente perco subsídio de emprego e indemnização; se ficar até ao final e assistir aos últimos momentos de um departamento em agonia, recebo uma indemnização e um chuto no rabo; se me candidato a outros empregos e, honestamente, explico a minha condição actual, sou rejeitada nos primeiros segundos. Portanto, e agora deixem que suspire um bocadinho, é assim que estamos ou vamos estar - livre para gozar a minha pulguinha, entregue involuntariamente às prestações sociais. Pelo menos já não chove.
8 comentários:
e, se resolveres ir contra a entidade patronal talvez não seja boa ideia teres as queixas registadas na internet. eles estão por todo o lado...
Off-topic, estás a ouvir o "High Violet"! Não é uma delícia? :D
É um conselho que aprecio, Jóni (já paravas de mudar de alias!) mas ainda não sei o que fazer. Além disso, não me estou exactamente a queixar: apenas a constatar a natureza do mundo dos negócios :)
arya, o album é -completamente- amor!
Pelo menos já não chove...
Não digas que despediram os Quadros para admitir Precários? :o
No teu lugar ficava até ao genérico final nem que fosse para trancar a porta, parece-me que, se fores tu a assumir a tua saída, deitas muito a perder. Ou tudo, no pior dos casos. :\
Mas como estamos a uns dias do Benfica ser campeão, entre Domingo e Terça a malta não vai pensar nisso.
Honestamente.*
Aproveite então o sol e o bom tempo com a sua pulguinha.
Se este é o post das más noticias, tenho a informar os estimados veraneantes que na quinta-feira provavelmente vai chover e que no sábado estarão uns miseráveis 20º com Céu muito nublado.
não baixes os braços agora, esmifra o máximo que puderes esmifrar...
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