As memórias visuais são, como de costume, da autoria deste senhor.
ir a um concerto dos Eels.
(era suposto ser tudo delicodoce, como há tantos anos atrás. O senhor E. havia de estar afogado em melancolia e tristeza, enquanto eu discutia online se o álbum era um sinal de desistência ou a pista de que nos devemos sempre recompor. Quando os Eels se tornaram numa grande coisa para mim, eu estava completamente perdida, sem qualquer hipótese de resgatar o meu sentido de orientação, entre mudança de casas e cicatrização do coração. Não percebia o que me estava a acontecer nem fazia ideia de como voltar a ser a pessoa que tinha sido até ali. A única vez em que me senti desesperada o suficiente para escrever numa parede do quarto, usei uma letra deles (Life is funny but not ha-ha funny/ Peculiar, I guess/ You think I got it all going my way/ Then why am I such a fucking mess) que ficou lá até eu deixar aquela casa. Secretamente, tinha esperança que era um bocadinho dessas ilusões que ia encontrar ontem no Coliseu mas não: todos crescemos e todos aprendemos a não sucumbir fatalmente aos males de amor. Não tenho saudades nenhumas de estar angustiada mas ontem gostava de ter ouvido mais memórias do que rock'n'roll.)
3 comentários:
Compreendo a tua dor :)
Mas nunca se sabe aquilo que Mr. E. traz na cartola.
Preferi o concerto que vi em Manchester, apenas ele e o The Chat.
Mas prontes, a Mr. E. perdoa-se por todos aqueles momentos que nos deu ao longo destes anos todos.
Ao menos o Benfica deu um banho de bola.
Adorei ler isto: "todos aprendemos a não sucumbir fatalmente aos males de amor". Acho que era o que faltava para me dar conta de que também cheguei a esta fase da vida... Por pouco, antes dos 30!
Beijinhos para os três,
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