Este foi um ano incrível e em que, pela primeira vez, os momentos bons superaram em muito os momentos maus ou péssimos. Houve um salto profissional (pequeno, é certo, mas depois disso vem o Mundo), houve uma casa nova a que hoje já chamo minha e tanta gente nova a cruzar-me o caminho. A febre de deixar Portugal acalmou, pequenas coisas começaram a fazer sentido e foi um bom ano em termos de crescimento pessoal. Se este ano que aí vem me trouxer tantas surpresas, então vai valer a pena de certeza não ter medo de avançar.
Há uns anos atrás, numa viagem a propósito da passagem de ano, deixaram-me uma marca. Um amigo lançou para o ar que devemos deixar para trás tudo o que não nos deixa feliz e fazê-lo, por exemplo, de uma forma simbólica: apagando todas as mensagens que temos no telefone. Porque, eu não sei vocês, mas a mim dá-me sempre uma nostalgia estúpida quando tento apagar alguma. Como se o não apagar pudesse trazer aquele momento exacto de volta. Como se se pudesse sentir a mesma coisa de maneira totalmente idêntica e repetir a sensação uma e outra vez, até a mensagem esgotar o seu sentido. Desde aí limpo a minha caixa de entrada e também a minha caixa de saída, garantindo que não levo passado para o ano que vem aí. E mais uma vez vou apagar tudo, a custo, eu sei. Tudo o que tiver que ser guardado ficará apenas na memória, onde só eu posso vasculhar e onde posso calma ou atabalhoadamente guardar as recordações.
Portanto, entrarei no novo ano como uma folha em branco, como se estivesse num qualquer estádio de inocência ou de castidade. Estou pronta a reescrever tudo, rasurar, rabiscar, rascunhar ou escrever a tinta permanente. E é esta receptividade e disponibilidade para o futuro que desejo a todos. Um Feliz Ano de 2007, em branco, com o caderno meio cheio ou com o caderno escrito até ao fim. Quero ser e desejo que sejam felizes!