Estar dois anos sem ir a um festival de Verão teve o seu impacto este ano quando me vi sufocada com a imensa multidão de pessoas maioritariamente bem cheirosas que tentavam comprar o seu bilhete. Já tinha ido umas seis ou sete vezes mas nunca me lembro de ter visto tanta gente junta. Nem mesmo no dia em que os Oasis foram corridos à pedrada à segunda ou terceira música. E esta gente toda não é, obviamente, sinónimo de malta porreira e boa onda, que se quer apenas divertir e fazer praia e ouvir uns concertos (afinal vai-se lá para quê?).
Chegar lá à meia-noite não tem graça nenhuma. Acabámos a estacionar o carro do lado oposto do recinto, num sítio onde nunca tinha visto carros estacionados. Por sua vez, isto significa que tivemos que carregar as nossas tralhas uns valentes metros antes de podermos assentar arraiais. Andar não faz mal nenhum, eu sei; mas faz um bocadinho pior quando vamos com metade da roupa que temos e com o saco cama e o colchão e o saco cheio de enlatados. Depois de entrar no campismo, confirmou-se a minha suspeita de que haveria gente demais e gente demasiado nova por toda a parte. O generation gap começa a apertar muitíssimo e eu já não sei se são eles que são muitos novos para festivais ou se eu sou demasiado velha para estas aventuras... Eu juro que vi miúdos que não tinham quinze anos. Ou isso ou estão muito bem conservados.
Depois também é importante a malta com quem se vai. Eu, desprovida dos fiéis companheiros de SW (Zina, a falta que tu fizeste ali...), avancei com nova companhia. As pessoas eram divertidas e acessíveis (tendo em conta que conheci a maior parte apenas lá) mas não estávamos no mesmo comprimento de onda. Por isso, foi bom aproveitar os dias de calor na praia, estendida a dourar uma pele já de si morena mas faltou-me mais actividade e mais entusiasmo. Os concertos que vi sofreram do mesmo mal e perdi algumas das coisas que queria mesmo ver.
Mas o pior estava para vir na noite de Sábado. Um daqueles meninos extremamente bem educados, provavelmente habitante da Lapa ou Campo de Ourique, resolveu usar a traseira da minha tenda como casa de banho e o resultado foi fascinante: toda a gente a pisar-me a tenda para se desviar da bela obra de arte e eu dentro da tenda, com um valente ataque de pânico, a tentar evitar ser esmagada, com o coração a querer galgar-me as goelas. Não admira que me quisesse ver dali para fora o mais rápido possível e que, ao deitar-me no chão da minha casa, me sentisse finalmente protegida.
Já não há freaks no SW. Já não há malta que não se importa de tomar banho ou de cheirar um bocadinho a eau du suvac. Já não há malabarismos, os jambés são demasiado tímidos e desajeitados, a roupa é comprada em exclusivo para aqueles dias. O que há é uma profusão de anúncios por todo o lado, promoções a tudo e mais alguma coisa, restaurantes self-service dentro do campismo (!), pessoas que cheiram a perfume caríssimo. Há quem diga que estou apenas velha. Mas eu, francamente, acho que não e decidi só que SW (talvez) nunca mais. Para o ano encontramo-nos mais a Norte.
Chegar lá à meia-noite não tem graça nenhuma. Acabámos a estacionar o carro do lado oposto do recinto, num sítio onde nunca tinha visto carros estacionados. Por sua vez, isto significa que tivemos que carregar as nossas tralhas uns valentes metros antes de podermos assentar arraiais. Andar não faz mal nenhum, eu sei; mas faz um bocadinho pior quando vamos com metade da roupa que temos e com o saco cama e o colchão e o saco cheio de enlatados. Depois de entrar no campismo, confirmou-se a minha suspeita de que haveria gente demais e gente demasiado nova por toda a parte. O generation gap começa a apertar muitíssimo e eu já não sei se são eles que são muitos novos para festivais ou se eu sou demasiado velha para estas aventuras... Eu juro que vi miúdos que não tinham quinze anos. Ou isso ou estão muito bem conservados.
Depois também é importante a malta com quem se vai. Eu, desprovida dos fiéis companheiros de SW (Zina, a falta que tu fizeste ali...), avancei com nova companhia. As pessoas eram divertidas e acessíveis (tendo em conta que conheci a maior parte apenas lá) mas não estávamos no mesmo comprimento de onda. Por isso, foi bom aproveitar os dias de calor na praia, estendida a dourar uma pele já de si morena mas faltou-me mais actividade e mais entusiasmo. Os concertos que vi sofreram do mesmo mal e perdi algumas das coisas que queria mesmo ver.
Mas o pior estava para vir na noite de Sábado. Um daqueles meninos extremamente bem educados, provavelmente habitante da Lapa ou Campo de Ourique, resolveu usar a traseira da minha tenda como casa de banho e o resultado foi fascinante: toda a gente a pisar-me a tenda para se desviar da bela obra de arte e eu dentro da tenda, com um valente ataque de pânico, a tentar evitar ser esmagada, com o coração a querer galgar-me as goelas. Não admira que me quisesse ver dali para fora o mais rápido possível e que, ao deitar-me no chão da minha casa, me sentisse finalmente protegida.
Já não há freaks no SW. Já não há malta que não se importa de tomar banho ou de cheirar um bocadinho a eau du suvac. Já não há malabarismos, os jambés são demasiado tímidos e desajeitados, a roupa é comprada em exclusivo para aqueles dias. O que há é uma profusão de anúncios por todo o lado, promoções a tudo e mais alguma coisa, restaurantes self-service dentro do campismo (!), pessoas que cheiram a perfume caríssimo. Há quem diga que estou apenas velha. Mas eu, francamente, acho que não e decidi só que SW (talvez) nunca mais. Para o ano encontramo-nos mais a Norte.
1 comentário:
"Um daqueles meninos extremamente bem educados, provavelmente habitante da Lapa ou Campo de Ourique"
gente da tu azona! ahahahaha!
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