Acredito nas pessoas. Mesmo com provas definitivas da sua maldade ou mesquinhez ou traição, eu acredito que também vale a pena conhecer o outro lado delas e que, por esse mesmo lado, elas podem ser perdoadas. Acredito na sua natureza boa acima da natureza má e na sua capacidade de se entregarem aos outros acima da vontade de se fecharem em si próprias.
Acredito que o sentido da Vida está na música que ouvimos, nos filmes que vemos, nos livros que estão à espera na nossa mesa de cabeceira, nos quadros pendurados nas paredes dos museus e nas paredes na rua. O sentido está em todos os minutos em que nos esquecemos que somos máquinas de ganhar dinheiro para sobreviver e é por isso que acredito que o facto de não ter um cêntimo poupado faz também todo o sentido.
Acredito nas viagens como máximo espelho para a imensidão daquilo que nós somos. Acredito que as pessoas são iguais em muitos cantos do globo e que, por isso, podemos simpatizar com as suas causas, apreciar a sua beleza, invejar a sua vida. Acredito que seríamos muito mais felizes se pudéssemos esquecer as diferenças de rendimento, de objectivos, de cultura ou civilização e nos limitássemos a ser pessoas. Só.
E acredito no Amor. Em todas as formas, em todos os lugares ou épocas. O Amor é aquilo em que mais acredito. É com ele que me comovo, é por ele que me encho ainda de esperança. Não interessa que haja quem diga que ele já não existe: eu já o experimentei e ninguém me convence que isso não irá acontecer outra vez. Mesmo que em alguns dias até eu duvide disso... Acredito que não há nada melhor para sentir que aquela desinquietação, aquele estado febril, mesmo que venham em ondas de diferentes dimensões e efeitos.
Acredito em mim e que esta vida que se estende até um sítio que interessa. Às vezes (muitas vezes) esqueço-me disso e fraquejo. Mas pego em mim e empurro-me para a frente. Que p'à frente é que é caminho.
(O novo desafio fica ao Lobístico - que certamente terá coisas bonitas para escrever - e à A.M. - que também ama a escrita.)